Governo anuncia R$ 5,5 bi para universidades e Lula pede fim da greve dos professores
Ministério da Educação anunciou R$ 5,5 bilhões do Novo PAC para obras. E mais R$ 400 milhões para custeio da rede federal de ensino superior
Em evento com reitores e ministros nesta segunda-feira (10), o governo anunciou investimentos de R$ 5,5 bilhões para as universidades e institutos federais. Com recursos do Novo PAC, o Ministério da Educação vai investir até 2026 R$ 3,17 bilhões em obras novas e na retomada daquelas que estavam paralisadas. E também R$ 600 milhões na expansão de 10 novos campi. E R$ 1,75 bilhão na construção e reformas de hospitais universitários.
Os 10 novos campi anunciados são vinculados a universidades já existentes nas cinco regiões do país. São elas:
1 – São Gabriel da Cachoeira (AM)
2 – Cidade Ocidental (GO)
3 – Rurópolis (PA)
4 – Baturité (CE)
5 – Sertânia (PE)
6 – Estância (SE)
7 – Jequié (BA)
8 – Ipatinga (MG)
9 – São José do Rio Preto (SP)
10 – Caxias do Sul (RS)
O ministro da Educação, Camilo Santana, que conduziu o evento nesta manhã e fez os anúncios, informou que serão feitas 37 obras em 31 hospitais para ensino e atendimento à população. Além disso, serão destinados recursos para oito novos hospitais universitários, conforme segue:
1 – Universidade Federal de Pelotas (RS)
2 – Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)
3 – Universidade Federal do Acre (AC)
4 – Universidade Federal de Roraima (RR)
5 – Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)
6 – Universidade Federal de Lavras (MG)
7 – Universidade Federal de São Paulo (SP)
8 – Universidade Federal do Cariri (CE)
Além dos R$ 5,5 bilhões, foram anunciados R$ 400 milhões para custeio na rede federal de ensino superior. Serão R$ 279,2 milhões para universidades e R$ 120,7 milhões para institutos federais.
O evento do PAC com os reitores ocorreu em meio à greve de professores e outros servidores da educação superior federal. No caso dos professores já dura quase dois meses. Os técnico e administrativos dos institutos federais, por sua vez, estão em greve desde 11 de março.
Greve nas universidades
A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão Moura, fez um apelo ao governo, pelo fim da greve. “São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do país e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor bem sabe. Ainda mais quando comparamos com algumas carreiras que tiveram reajuste recentemente. Tem técnicos-administrativos que chegam a ganhar menos do que um salário mínimo”, disse.
Os sindicatos das categorias em greve protestaram na frente do Planalto durante a reunião desta manhã. Os técnicos-administrativos devem voltar a se reunir nesta terça (11) com representante do governo. Eles reivindicam 117% de correção. Os docentes pleiteiam aumento salarial de 22%, dividido em três anos (7,06% em cada um, começando em 2024).
Ao fechar o evento, o presidente Lula fez um apelo aos trabalhadores em greve, em especial os professores. “Sei que não é o caso de falar com os reitores aqui sobre essa questão da greve. Mas ela tem um tempo de começar e um tempo pra terminar. A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição. Porque se terminar, as pessoas ficam desmoralizadas: o dirigente sindical tem de ter coragem de propor, de negociar e de tomar decisões que muitas vezes não é o que ele gostaria”, disse, fazendo um paralelo com experiência como líder sindical. “Eu muitas vezes fiquei sem nada quando fui para o tudo ou nada”.
E se dirigiu aos docentes com as atividades paralisadas: “Nesse caso da educação, se vocês analisarem o conjunto da obra, vão perceber que não há muita razão para o tanto que essa greve está durando. Por que quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor. É o Brasil e os estudantes. É isso quem tem de ser levado em conta. Vocês conhecem o que foi oferecido? Se não vamos estar falando de universidades e institutos e os alunos vão estar à espera de voltar a sala de aula”, ponderou.
Redação: Cida de Oliveira