Racismo estrutural mantém negros e indígenas à margem da sociedade
Ricardo Westin
As estatísticas não deixam dúvidas. O Brasil é, sim, um país racista. As posições subalternas da sociedade são, na maioria, ocupadas por negros e indígenas. Eles são as vítimas preferenciais da pobreza e da violência. Os brancos, no extremo oposto, dominam o topo da pirâmide social. Trata-se de uma realidade que começou a ser construída nos primórdios da colonização europeia, quando foram instituídas a escravidão indígena e a negra. Os indígenas deixariam de ser escravos oficialmente na década de 1750, na Colônia. Os negros, em 1888, no Império. Ambos os grupos conseguiram sair da escravidão, mas não puderam ingressar na cidadania plena. Libertos do cativeiro, não ganharam terra, trabalho ou educação. Privados historicamente desses instrumentos básicos de ascensão social, os negros e os indígenas até hoje não concorrem em condições de igualdade com os brancos. Veja, a seguir, estatísticas do racismo que compõe as estruturas da sociedade brasileira.
O racismo em números
Mortalidade infantil
(por 1 mil bebês nascidos vivos em cada cor/raça)
* pela classificação do IBGE, a população negra se divide em preta e parda
Suicídios
(por 100 mil homens em cada cor/raça)
Homicídios por tipo de município
(a cada 100 mil habitantes)
Analfabetismo
(a partir de 15 anos de idade)
Anos de estudo
Renda
(em salários mínimos, valor médio domiciliar per capita)
População brasileira
Homicídios por tipo de vítima
Matrículas na universidade
(cursos presenciais e a distância)
Juízes
* 11 juízes indígenas
Prefeitos, vices e vereadores eleitos em 2016
Fontes: CNJ, TSE, IBGE, Inep, Ministério da Saúde e estudo de A.D.R. Caldas