1º Encontro LGBT da UNE
O encontro mais prestigiado pelos participantes nesta quinta-feira (5) na 9ª Bienal da UNE lotou o espaço do Largo Pasárgada na Fundição Progresso.
Debateram direitos e trajetórias a deputada federal Érika Kokay (PT-DF), Andrei Lemos, do Apoio à Gestão Participativa do Ministério da Saúde, Symmy Larrat, coordenadora do Programa Transcidadania da Prefeitura de São Paulo, Tiago Ducrer, do Coletivo Nacional de Juventude Negra (Enegrescer) e Rafael Pedral, da Secretaria de Juventude Nacional ABGLBT.
A deputada defendeu a retomada da Frente Parlamentar do Direito LGBT. Ela afirmou que quem defende a igualdade tem como pauta a liberdade. “Se não podemos viver nossa afetividade, não podemos viver nossa humanidade”, destacou.
A transexual Symmy começou falando que não vê outra forma de enfrentar o conservadorismo sem pressão popular e organização do movimento estudantil e social. “Este debate tem que ir da rua para a academia, para que se debata e paute políticas públicas”, afirmou.
Symmy está a frente do programa da Prefeitura de São Paulo, lançado neste mês, que oferece 100 bolsas para travestis e transexuais para ações de ensino, qualificação profissional, cidadania, direitos humanos e estágio profissional.
O projeto oferece ainda acolhimento em abrigos e apoio pedagógico e psicológico. Para a coordenadora, o programa é um exemplo para a América Latina. “É possível sim que o poder público dê respostas para essa população”, afirmou.
O representante da juventude ABGLBT defendeu que a UNE assuma a pauta LGBT. “Não temos condições de combater a homofobia sem conquistar a universidade brasileira”, afirmou.
Ducrer do Enegrecer ressaltou uma preocupação. “Fazemos muita militância e muita ‘fechação’, mas não produzimos nada cientificamente”. Para ele, a produção acadêmica é necessária para ocupar espaços de poder na educação e não reproduzir currículos e práticas docentes machistas.
Para Lemos, da Gestão Participativa do Ministério da Saúde, gênero é uma construção social. E para vencer a homo/lesbo/transfobia há necessidade de reformas estruturais, como a reforma política e a democratização dos meios de comunicação.