25 de agosto: Dia Nacional da Educação Infantil

“Que as professoras da infância tenham voz, vez e força e que seus saberes sejam reconhecidos como fundamentais na construção de um ensino de qualidade e de uma sociedade mais justa e saudável”

Está no artigo 29 da (LDB) Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ou Lei 9;394/96:  “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. É, por óbvio, o primeiro contato de qualquer pessoa com a vida escolar e cumpre papel crucial no desenvolvimento humano e social de cada cidadã e cidadão.

No entanto, conforme abordado pelas pedagogas Regina Fusco e Paula Godoy no artigo “Precisamos valorizar a potência da Educação Infantil”, publicado no Portal Lunetas, em 2020 (portanto, primeiro ano da pandemia de covid-19), muitos posicionamentos desvalorizam o papel da educação infantil.

No texto, que faz justamente uma reflexão sobre o impacto da pandemia nessa fase da educação, as pedagogas citam que os “exemplos [de desvalorização] são os mais variados, desde famílias que se organizam somente para acompanhar as atividades dos filhos mais velhos e exigem que enviemos sugestões de ‘passatempos’ para os pequenos, até a defesa da reabertura das escolas somente para que as famílias voltem aos seus respectivos ambientes de trabalho”.

Elas ainda destacam:

“Pensamos que essa desvalorização dos profissionais que trabalham com esse segmento está diretamente relacionada com a história da Educação Infantil, que tem como um de seus pilares a dimensão do cuidado. No senso comum, ainda é muito presente a ideia de que basta ser mulher para ser professora de crianças pequenas, já que essa condição supõe a ‘maternagem’, que também está intimamente ligada ao cuidar. No entanto, apesar de se relacionarem, a maternagem e os cuidados na Educação Infantil estão em lugares diferentes, já que o último pressupõe a profissionalização e a relação com o coletivo/público.”

Isso explica por que a categoria é formada esmagadoramente por mulheres. E por que, absurdamente — e esse é um cenário que a Contee e suas entidades filiadas conhecem bem e lutam para combater —, elas recebem menos, ainda que tenham a mesma formação.

“A ideia de que os saberes e as competências do profissional da Educação Infantil são inatos, resulta em salários menores na maioria esmagadora das escolas no Brasil, ainda que precisem de graduação universitária como outros colegas”, expõem as autoras do artigo.

Elas, contudo, rebatem e defendem:

“Que as professoras da infância tenham voz, vez e força e que seus saberes sejam reconhecidos como fundamentais na construção de um ensino de qualidade e de uma sociedade mais justa e saudável”.

E é exatamente essa mensagem que a Contee quer retomar e deixar explícita neste 25 de agosto, Dia Nacional da Educação Infantil.

Táscia Souza

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