Professor vota pela democracia. Professor vota Lula
Os/as professores/as, no dia 30 de outubro em curso, decidirão se optam por preparar as crianças e os/as jovens para o futuro ou para as trevas
Por José Geraldo de Santana Oliveira*
Dentre as inúmeras e atemporais contribuições deixadas à posteridade por Paracelso, médico e filósofo suíço (1493 a 1541), destaca-se o ainda hoje atualíssimo conceito de educação. Para ele, “A aprendizagem é a nossa vida, desde a juventude até a velhice, de facto quase até a morte; ninguém vive durante dez horas sem aprender” (tradução livre).
Quase cinco séculos mais tarde, em 1988, a Constituição Federal, que erigiu a educação como o primeiro dos direitos fundamentais sociais, em ordem, primazia e relevância, ao estabelecer os objetivos desta, reafirmou e ampliou esse o conceito de Paracelso, estabelecendo como seus objetivos o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
O Preâmbulo da CF, que é a síntese de seus fundamentos, garantias e objetivos, fixa as bases sobre as quais, obrigatoriamente, deva assentar-se a vida republicana brasileira, da qual a educação é o primeiro expoente, para construir, ampliar e manter o Estado Democrático de Direito que ela criou, que são a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social.
Passados 34 anos da promulgação da CF, em 5 de outubro de 1988, o Brasil se encontra em sua maior e nunca antes vista encruzilhada histórica, a ser decidida no segundo das eleições presidenciais, marcado para o dia 30 de outubro corrente, que é a de escolher entre dois projetos de nação diametralmente opostos. O primeiro, encabeçado e representado pelo atual presidente, visa à destruição total e impiedosa de todos os objetivos, garantias, valores e símbolos sintetizados pelo Preâmbulo da CF.
O outro, encabeçado pela chapa Lula-Alckmin e abraçado por todas as correntes políticas de matriz democrática, maior e amplo leque de alianças políticas de todos os tempos, visa exatamente o contrário. Ou seja, visa ao resgate, à reafirmação e ao seu fortalecimento.
Pois bem! Nesta hora derradeira, que será o dia 30 de outubro corrente, em que se optará pelo despenhadeiro das trevas ou pela fresta de luz no horizonte, rumo à penosa e longa subida em direção de outra realidade social, incompatível com que busca o projeto político da continuidade, para que os/as professores/as possam efetivamente cumprir a missão constitucional de contribuir decisivamente para preparar as crianças e os/as jovens para o exercício da cidadania, não se pode esperar deles/as outra conduta que não seja de apoio e voto pela reconstrução da ordem democrática, que é representada pela chapa Lula-Alckmin.
Parece restar induvidoso, especialmente neste 15 de outubro, acontecido no último sábado, que só se descortina o apoio ao projeto democrático, renegado pelo presidente e os/as seguidores/as, como ato sublime de honraria à sublime profissão de professor/a, que, como dizia Dom Pedro II, há quase 200 anos, é, de todas, a mais nobre.
Eis a mensagem de Dom Pedro II, para quem voluntariamente abraçou essa missão social de primeira grandeza: “Se não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro”.
Parafraseando Dom Pedro II, os/as professores/as, no dia 30 de outubro em curso, decidirão se optam por preparar as crianças e os/as jovens para o futuro ou para as trevas.
Este escriba, com orgulhosos 46 anos, a serem completados em março próximo vindouro, de exercício na profissão que voluntariamente escolheu, no longínquo ano de 1977, que é a de professor (profissão que, de longe, prefere à de advogado, que exerce há mais de três décadas, por desafio), já escolheu seu apoio e voto, sem qualquer sombra de dúvida e/ou de receio: vota pela democracia. Por isso, vota Lula.
*José Geraldo de Santana Oliveira é consultor jurídico da Contee