Contee condena os atos de violência da PM na Uerj: Universidade é lugar de diálogo e não de ataques
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) condena veementemente os atos de violência ocorridos na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), na última sexta-feira (20). Expressamos o nosso mais profundo repúdio. A universidade é lugar de diálogo permanente e não de ataques.
A ação truculenta deflagrada pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro na UERJ para a retirada dos estudantes fere o direito de reivindicação, essencial à construção de uma sociedade mais justa e plural. Os acadêmicos estavam protestando contra as mudanças nos critérios de concessão de bolsas e auxílios. As novas regras prejudicam mais de 1 mil universitários. O ato abusivo resultou na prisão arbitrária de discentes e do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que se encontrava no local apoiando a luta estudantil.
Optar por métodos coercitivos ao invés de ouvir as demandas dos estudantes, não condiz com os preceitos democráticos, só agrava a situação, cria um clima de medo, de desconfiança dentro da universidade e desvirtua o propósito do ambiente educacional.
A repressão como resposta aos protestos é inadmissível. A UERJ deve ser um espaço onde as ideias podem ser postas respeitosamente, sem que haja espaço para agressões físicas ou verbais, mas sim para a promoção do debate, da diversidade de opiniões e do incentivo à crítica construtiva.
É imperativo que os membros da comunidade acadêmica se unam contra qualquer forma de truculência, reafirmando o compromisso com a paz e a convivência harmônica.
É imprescindível que as autoridades competentes investiguem os incidentes e tomem às providências cabíveis. O respeito ao direito de reivindicação é um passo fundamental para garantir que a universidade continue a ser um ambiente de aprendizado, crescimento mútuo e transformação social. Defendemos, em qualquer circunstância, a mesa de negociação pautada na conversa aberta, como o caminho viável à resolução pacífica de conflitos.
A mudança começa com o diálogo. É preciso escutar e, acima de tudo, respeitar a liberdade de expressão. Universidade não combina com censura, guerra, decisões autoritárias, com bombas de efeito moral, com tropas de choque. Universidade combina com cultura, com propostas inovadoras, com os ensinamentos libertários do grande mestre Paulo Freire, que dizia: “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”.
Em tempo, a Contee se solidariza com todos aqueles que se sentiram ameaçados ou intimidados e que estão nas trincheiras, lutando por uma universidade pública gratuita, de qualidade e democrática. Manifesta também total apoio ao Deputado Glauber Braga, parlamentar de conduta ilibada, defensor das minorias, da classe trabalhadora, das boas práticas educacionais, injustamente atacado pela PM na UERJ e que vem sofrendo uma perseguição sistemática por parte da direita e extrema direita na Câmara dos Deputados.
Brasília, 23 de setembro de 2024
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino
