Deputados aprovam pauta-bomba que tira R$ 30 bilhões da saúde e educação
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), criticou a quebra de um acordo para só votar o projeto depois de negociação com o governo
Em retaliação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter vetado o aumento do número de deputados 513 para 531, a Câmara Federal aprovou nesta quarta-feira (16) uma pauta-bomba que tira R$ 30 bilhões do Fundo Social do pré-sal, destinado à saúde, à educação e ao meio ambiente. Em vez desses destinos, a verba vai quitar dívidas de ruralistas. De acordo com o projeto, que segue ao Senado, poderão ser usados recursos desse Fundo dos anos de 2025 e 2026 e superávit financeiro dos anos de 2024 e 2025. O limite é de R$ 30 bilhões a serem usados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na quitação de operações de crédito rural e de Cédulas de Produto Rural. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), criticou a quebra de um acordo para só votar o projeto da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) depois de negociação com o governo. “Para além daquilo que é impactante nas contas públicas, nós estamos votando um projeto que se estivesse só tratando do Rio Grande do Sul, poderíamos sentar e conversar. Mas estendeu-se para todo o país que o produtor não precisa estar inadimplente, porque ele pode ter acesso a tudo. Onde já se viu isso?”, critica. O líder também fez referência a retaliação se dirigindo ao presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicano-PB). “Eu e a ministra Gleisi (Hoffmann, das Relações Institucionais) lutamos muito para que o presidente Lula não vetasse a questão do aumento de deputados. Eu disse ao presidente, e ao governo, que era atribuição dele vetar, evidentemente, mas quem votou, quem aprovou que publicasse [Congresso]. O presidente tomou a decisão, que é atribuição dele. Portanto, está tomada a decisão”, explica. Guimarães também fez um duro discurso contra a bancada bolsonarista também responsável pela pauta-bomba. “Vocês que governaram o Brasil passaram quatro anos sem dar dinheiro para o Plano Safra, e agora querem dá-lo de forma errada, burlando inclusive uma régua consuetudinária dentro deste plenário: as renegociações com aqueles produtores que estão inadimplentes”, disse. Do Vermelho





