“O Mantra”: um grito literário pela dignidade dos trabalhadores da educação

Durante o XI Conatee, o professor Afonso Celso Teixeira, 1º secretário do SinproRio e membro da diretoria plena da Contee, emocionou os participantes ao divulgar sua obra O Mantra, um romance que, com sensibilidade e coragem, denuncia o adoecimento mental vivido por tantos professores, professoras, técnicos e técnicas administrativos(as) em todo o Brasil.
“A história de O Mantra é a história de um professor que vai adoecendo mentalmente devido à sua estafante jornada de trabalho”, contou o autor, em um depoimento sincero que tocou profundamente os presentes. O protagonista do livro — um educador que trabalha em três turnos, em escolas privadas, municipais e estaduais — é o reflexo de uma realidade cruel: jornadas exaustivas, invisibilidade social e falta de condições mínimas para exercer a docência com dignidade.
Escrito a partir de 2013 e publicado em 2019, O Mantra não é apenas uma obra de ficção. É denúncia. É espelho. É desabafo. É resistência. Ao mergulhar no dia a dia exaustivo de um professor que se isola e adoece, Afonso Celso convida a sociedade a olhar com atenção e humanidade para quem está, todos os dias, em sala de aula, sustentando a esperança de um país melhor.
“Esse livro fala das vivências do professor, o quanto esse cotidiano pode ser massacrante e preocupante para a sociedade brasileira”, afirmou o autor. Ao relatar como o isolamento e o esgotamento podem corroer até mesmo a saúde mental mais resistente, O Mantra se torna um manifesto pela valorização do magistério e pela construção de uma escola onde o educador possa existir plenamente — com saúde, tempo, afeto e dignidade.
Em meio aos debates sobre os rumos da educação e do mundo do trabalho no segmento, a narrativa de Afonso Celso nos lembra de que, por trás de cada professor, há um ser humano — com limites, sonhos e o direito fundamental ao descanso.
Quem quiser adquirir O Mantra pode entrar em contato diretamente com o autor pelo Instagram: @afonsocelsotexeira.
Aproveitando o gancho do escritor Afonso Celso, a Contee reforça o seu próprio mantra: a defesa incondicional da dignidade de quem educa, edifica a escola. Se O Mantra denuncia o esgotamento físico e emocional causado por jornadas desumanas, a Confederação transforma essa denúncia em luta coletiva por condições dignas de trabalho, respeito e valorização da educação.
Porque o mantra da Contee é claro e urgente:
Vida digna e de qualidade para todos os professores e todas as professoras, técnicos e técnicas administrativos(as).
O direito à desconexão é basilar.
Acabar com a escala 6×1 é uma questão de humanidade.
Desacelerar é preciso.
Há vida além do trabalho.
E é necessário defendê-la. Todos os dias.
Por Romênia Mariani



