Centrais e movimentos definem agenda conjunta de manifestações
O Brasil vive um momento de intensa mobilização e embate político. No contexto da atual onda de manifestações, seja da sociedade civil organizada em defesa da democracia ou da direita golpista, que não consegue aceitar a derrota nas urnas, a luta de classes ressurge de forma literalmente indiscutível. Mais do que apenas os trabalhadores e trabalhadoras, é dever de todos os movimentos progressistas dar uma mensagem alta e clara em defesa da ordem democrática.
Vivemos hoje o dilema imposto entre a continuidade de um projeto mudancista, apoiado na valorização do trabalho e dos direitos sociais, e a manutenção de uma base política cada vez mais avessa à pauta desenvolvimentista. É nosso dever, e de todos os brasileiros comprometidos com o crescimento com justiça social, manifestar apoio aberto e irrestrito à soberania dos resultados eleitorais.
Evidentemente, isso não significa dar apoio aos ajustes impostos pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que em poucos meses de ministério causou danos irreparáveis aos direitos dos trabalhadores. Não há contradição entre apoiar um governo comprometido com o trabalhador e protestar contra medidas que ele eventualmente venha a tomar, como é o caso das MPs 664 e 665. O mesmo se aplica Projeto de Lei, que pretende ampliar as terceirizações.
Agenda de lutas
Diante dessa conjuntura, os movimentos sindicais e sociais estabeleceram uma nova agenda de lutas unificada. Diversos representantes da CTB, da CUT, da UNE, do MST, do MTST e outros grupos da sociedade civil organizada se reuniram para debater as repercussões do último domingo, em que uma trágica marcha golpista aconteceu pelo país.
Três datas foram marcadas de forma unitária para promover eventos em defesa de temas caros à população, como a defesa da ordem democrática, a promoção da Reforma Política para combater a corrupção, a defesa dos direitos dos trabalhadores e a condição pública da Petrobras.
Veja as datas:
No dia 1º de abril, aniversário do golpe militar de 1964, os movimentos se comprometeram a promover plenárias para discutir os impactos da ditadura e denunciar a nova onda golpista que tenta se instalar no país após as eleições de 2014.
O dia 7 de abril será o próximo Dia Nacional de Lutas, em que os movimentos pretendem ocupar a Câmara dos Deputados em protesto às Medidas Provisórias 664 e 665, que reduzem direitos trabalhistas e previdenciários, e o Projeto de Lei que abre caminho para a terceirização de todas as atividades-fim.
O 1º de Maio, Dia Mundial dos Trabalhadores, será palco da maior das três manifestações. Os movimentos sociais escolheram concentrar seus maiores atos nesta data.
Todos os eventos terão alcance nacional, dispersos por todos os estados, inclusive o do dia 7 de abril.