Diretora da Contee participa de mobilização contra Lei da Mordaça
O alcance do movimento pretensamente intitulado ”Escola Sem Partido” — que, na verdade, é ligado a partidos conservadores — tem sido nacional, com projetos tramitando não apenas no Congresso, mas também em diversos municípios brasileiros. Em contrapartida, a reação dos defensores de uma educação democrática e livre de censura também tem sido nacional.
Nesta quinta-feira (14), dia em que a internet se mobilizou no tuitaço #LeidaMordacaNao e um dia depois do lançamento da Frente Nacional contra as tentativas de acabar com a liberdade de cátedra e criminalizar docentes, a coordenadora da Secretaria de Comunicação da Contee, Cristina Castro, participou de uma grande mobilização em Juiz de Fora, Minas Gerais, contra um projeto de Lei da Mordaça que tramita na Câmara Municipal da cidade.
Centenas de manifestantes, entre estudantes, trabalhadores/as em educação e representantes dos movimentos sociais ocuparam a sede do Legislativo do município durante horas e se recusaram a deixar o Palácio Barbosa Lima enquanto o autor do projeto, vereador André Mariano, que é pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular, não os recebesse. O parlamentar passou um bom tempo fechado no gabinete da Presidência da Câmara, mas, por fim, aceitou receber uma comissão, intermediada pela diretora da Contee, que solicitou a retirada do projeto.
Segundo Cristina, o vereador se recusou a retirar a matéria, alegando que ela representa seu ”segmento” e que a Câmara é uma casa plural. A coordenadora da Secretaria de Comunicação da Contee argumentou, então, que a escola também é um espaço plural e que é justamente essa pluralidade que os projetos de Lei da Mordaça pretendem destruir. Ao final da conversa, André Mariano acabou concordando em participar da audiência pública que discutirá o tema no dia 17 de agosto. O debate foi convocado pelo vereador Roberto Cupolillo (Betão, PT), ex-diretor da Contee e do Sinpro-JF.
Da redação