Luto pela democracia: O golpe não será legitimado pela juventude

O Brasil e a geração de estudantes que cresceram junto com um novo país, estão de luto. É com tristeza que vemos a nossa jovem Democracia sepultada por uma corja de corruptos, hipócritas e golpistas. A despeito das diversas manifestações que tomaram as ruas do país nos últimos meses, o Congresso Nacional, este que em tese deveria nos representar, mas em nada está comprometido com os interesses do povo, cassou por motivos políticos o mandato de Dilma Rousseff.

O processo de afastamento da presidenta eleita por 54 milhões de votos foi, desde o início, marcado por um jogo de interesses políticos, com chantagens de Eduardo Cunha, este comprovadamente criminoso e injustamente não cassado. Ficou claro, para quem acompanhou o processo de impeachment, que este se baseou em subterfúgios técnicos sem fundamento, que em nada comprovaram crime de responsabilidade.

Este golpe foi uma ofensiva premeditada por empresários e políticos que não se conformaram em perder nas urnas, estes que constroem a partir de agora um projeto de liquidação do patrimônio público, daquilo que é inerente ao povo e que se rende aos interesses estrangeiros abrindo mão da soberana nacional, homens que atacaram não apenas a primeira mulher eleita democraticamente pela nação, mas também atacam o voto popular, que escolheu o projeto de governo que Dilma Rousseff representa.

Diferente de Collor – que em 1992 renunciou horas antes de seu julgamento -, Dilma foi corajosa, enfrentou uma avalanche de questionamentos dos senadores por mais de 14 horas de maneira digna e consistente. Assim como enfrentou seus torturadores durante a ditadura, Dilma, a coração valente que lutou nas trincheiras do movimento estudantil, entra para história enfrentando de cabeça erguida. A mulher que não pediu clemência a seus perseguidores, mas os enfrentou para exigir justiça.

A soberania das urnas foi quem sofreu a maior ofensiva! É o AI-5 da modernidade sendo apresentado a milhares de brasileiros. É a velha face da arbitrariedade política colocando novamente os interesses privados acima dos interesses do públicos, e deixando o Brasil com um futuro obscuramente incerto.

A consumação do impeachment, este golpe, leva ao poder um governo ilegítimo que impõe uma agenda de retrocessos e ataques ao povo brasileiro, cujos principais alvos são os estudantes, trabalhadores, mulheres, LGBTs e os mais pobres.

Já vemos as primeiras estratégias do governo golpista que, nas vésperas do julgamento, aprovou na Câmara reformas administrativas que atacam diretamente avanços do governo eleito legitimamente. Temer apresenta sua primeira emenda que dará fim a importantes ministérios, como o de Mulheres, Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, que serão incorporados à Secretaria do Governo.

Os primeiros passos para concretização do programa “Ponte Para o Futuro” seguem a passos largos. Os parlamentares já discutem o Projeto de Lei 4567/16, que retira da Petrobras a condição de operadora exclusiva na exploração do pré-sal, colocando em risco o financiamento da Educação e, por consequência, as metas do PNE, aprovado com muita luta do movimento estudantil.

O golpe já coloca conquistas históricas na berlinda! Com as atenções voltadas à sessão do Senado, os deputados aprovaram a Medida Provisória (MP) 727/16 de Temer, que cria o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para execução de empreendimentos públicos de infraestrutura e de outras medidas de privatização.

A nossa geração é herdeira daquela que há anos luta pelo aprofundamento da democracia e por melhores condições, portanto a inércia nos pertence diante dessa imensa injustiça e dos retrocessos do governo golpista. A UBES reafirma que o movimento estudantil tem lado certo na história, como atesta o histórico de lutas do movimento social do nosso país. Estamos do lado da Democracia!

Somos da turma da rebeldia consequente que se manteve na linha de frente contra o cerceamento das liberdades do povo, retomamos nossas bandeiras. Haverá luta, haverá resistência nas escolas, nas ruas, nas universidades, nas praças e no Congresso Nacional. Michel Temer não terá seu governo reconhecido e nunca será legitimado pela juventude.

Os golpistas não nos calarão! Nós fazemos parte do povo que viu o Brasil mudar, nossa energia se potencializa na resistência, nossos sonhos não serão sufocados. Michel Temer e sua corja golpista NÃO TERÁ UM SÓ DIA DE SOSSEGO!

A história não absolverá os golpistas!

Permaneceremos em luta, na defesa da democracia, da educação e da soberania do nosso país!

DIRETORIA DA UNIÃO BRASILEIRA DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS

 

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