Escolas públicas e particulares são reprovadas pelo Ideb 2015

São Paulo – O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), divulgou ontem (8) as médias do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) referentes a 2015 com resultados gerais desanimadores. Para o conjunto das escolas do país, as metas estipuladas para o período não foram atingidas pelo ensino médio e pelos anos finais do ensino fundamental (8° e 9° anos) tanto nas escolas públicas como privadas.

Os índices menos ruins foram obtidos nos anos iniciais do ensino fundamental (4º e 5º anos), que chegaram a superar médias fixadas para as escolas mantidas por estados e prefeituras. No entanto, a escola particular, pela qual os pais pagam mensalidades em busca de ensino melhor para seus filhos, não conseguiu atingir a meta de 7.0 pontos. Obteve apenas 6.8.

A meta para 2015 foi alcançada por 74,7% das redes municipais, um esforço dos municípios que, apesar da menor arrecadação, respondem por 82,5% das matrículas públicas.

Nos anos finais do ensino fundamental (8º e 9º anos), as médias ficaram aquém em todas as redes. Apesar disso, o desempenho vem melhorando timidamente. Passou de 4,2, em 2013 para 4,5 em 2015. Esse nível de ensino é compartilhado por estados, com 43,6% das matrículas, e municípios, com 41,7%. A meta foi superada somente pelos estados de Goiás, Ceará, Mato Grosso, Amazonas e Pernambuco.

Ensino médio

Como nas edições anteriores da avaliação, as piores notas ficaram com o ensino médio, estagnado há quatro anos – 3,7 desde 2011. Desde 2013 está abaixo da média estipulada pelo Ministério da Educação. Naquele ano, apenas Amazonas e Pernambuco cumpriram a meta.

O objetivo era que chegasse a 4,3, mas continua na casa dos 3,7. Quase a totalidade dos alunos está matriculada na rede estadual. O dado confirma, mais uma vez, a situação precária do ensino que deveria ser a porta de entrada para os estudantes no ensino superior. Precariedade essa que tem levado estudantes a reivindicarem melhorias desde 2015, quando estudantes chegaram a ocupar 213 escolas paulistas, num movimento que se espalhou para Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Ceará.

Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou que vai pedir urgência na tramitação do Projeto de Lei 6840/2013, que institui a jornada integral e altera o currículo do ensino médio. E chegou a dizer que, se preciso for, vai pleitear ao presidente Michel Temer a edição de uma Medida Provisória.

O Ideb é um indicador que relaciona o desempenho dos alunos por meio da Prova Brasil com dados de aprovação conforme o Censo Escolar. O estudo é realizado a cada dois anos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e avalia alunos do ensino fundamental da rede pública e do ensino médio de escolas públicas e privadas.

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