2º Encontro Nacional de Educação da CTB aprova Carta de Minas Gerais

Terminou nesta quarta-feira (14), o 2º Encontro Nacional de Educação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que ocorreu em Belo Horizonte, Minas Gerais e reuniu mais de cem participantes de 12 estados brasileiros. O encontro e aprovou, por unanimidade, a Carta de Minas Gerais, que dará as diretrizes para as próximas ações da categoria.

Neste segundo dia de atividades, os temas em debate foram: “As perspectivas da luta sindical por uma educação de qualidade” e “A CTB frente às organizações nacionais e internacionais de educação”.

A primeira mesa contou com a participação do coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, e da representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Bruna Elena, sob a coordenação da dirigente da seção estadual da central no Maranhão, Hildinete Rocha.

Diante do atual cenário na conjuntura nacional em que as políticas sociais estão sofrendo graves ataques que levarão a retrocessos principalmente para a classe trabalhadora, e para reverter este quadro, segundo os palestrantes, é preciso ter uma unidade de ação.

“Precisamos resistir, lutar, mobilizar e inovar nossa atitude”, expressou Gilson, que também é dirigente da CTB. Em relação ao movimento sindical, o diretor da Contee disse acreditar que “os sindicatos precisam se reinventar”, para acompanhar este novo momento do país. Já Bruna citou as ocupações dos estudantes como forma de resistência. Ela sublinhou que o movimento estudantil brasileiro se fortaleceu e que “as ocupações se mostraram uma ferramenta fundamental para dialogarmos com a sociedade”.

Sindicalismo internacional 

Já na parte da tarde, a conjuntura internacional entrou em pauta com uma exposição do secretário de Relações Internacionais da CTB e membro do secretariado da Federação Sindical Mundial (FSM), Divanilton Pereira. “Vivemos uma grande transição na geopolítica mundial, fruto das lutas dos povos que questionaram a ordem que insistia em se manter hegemônica”, disse Pereira ao se referir ao ciclo de governos progressistas e de esquerda na América Latina.

Ele frisou que, com o ressurgimento do pensamento ultraconservador na Europa, “precisamos encontrar no sindicalismo internacional qual é o nosso lado”. Ele ainda citou a política externa desenvolvida nos governos Lula e Dilma que visavam a integração regional e o desenvolvimento dos países de maneira soberana e solidária, totalmente oposta à adotada pelo atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, que assumiu o cargo após o golpe.

Após sua exposição, a coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Contee, Maria Clotilde Lemos Petta, que é dirigente da CTB e da Federação Internacional de Sindicatos da Educação (Fise), à qual a Contee é filiada, falou sobre a atuação da entidade no Brasil. Neste sentido, a cetebista e vice-presidenta da Fise, Marilene Betros, fez uma exposição sobre a central nos diversos ramos da educação e destacou a necessidade de fortalecer as entidades nacionais e internacionais.

No fim do evento, o presidente da CTB, Adilson Araújo, saudou os presentes e falou sobre a necessidade da unidade dos movimentos sociais de todas as categorias para barrar o golpe no Brasil. Segundo ele, é preciso trabalhar uma agenda unitária de lutas contra essa ultraliberal que Temer quer implementar. “Não vai ser diante deste Congresso, o mais venal da história do país, que vamos mudar o curso do gole. Precisamos dialogar mais e melhor com a classe trabalhadora para fortalecer nossa luta”, expressou.

Homenagem

Durante a atividade foi feita uma homenagem a Dom Paulo Evaristo Arns, falecido nesta quarta, por sua luta de resistência durante a ditadura civil-militar (1964-1985). A coordenadora da Secretaria-Geral da Contee, Madalena Guasco, lembrou que Arns tentou avisar os comunistas que seriam presos e mortos durante uma reunião, no episódio que ficou conhecido como chacina da Lapa. “Hoje é um dia triste e de honra para um homem que pensava na humanidade e lutava contra a opressão”, disse Guasco.

De Belo Horizonte,
Érika Ceconi – Portal CTB