‘Marcha da classe trabalhadora foi o ocaso de Temer’

São Paulo – Ao deixar a Esplanada dos Ministérios, pouco antes das 19h desta quarta-feira (24), o presidente da CTB, Adilson Araújo, disse que as centrais sindicais saem com mais força e prontas para discutir uma nova greve geral “com mais musculatura”, depois da paralisação de 28 de abril. E o governo não se sustenta, acrescentou. “A marcha da classe trabalhadora foi o ocaso de Temer”, afirmou. Para ele, a atuação da polícia foi uma tentativa de “quebrar o brilho de uma manifestação justa e muito consequente”.

Como inúmeros manifestantes, Adilson também passou mal após a ação dos agentes policiais do Distrito Federal, que investiu contra a marcha convocada pelas centrais sindicais. “Foi surreal”, afirmou, mas sem demonstrar surpresa. “A gente não pode esperar muita coisa diferente do que vem acontecendo no Brasil. Assaltaram o governo, implementaram uma agenda liberal ao extremo… O governo ilegítimo, financiado por um consórcio golpista, foi demonstrando com o tempo não ter condição alguma de governabilidade.”

Ele reafirmou que o processo que levou ao impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe do capital contra o trabalho. “Não estão preocupados com as gerações futuras, com a retomada do desenvolvimento, é lotear o país. A repressão verificada no dia de hoje é mais (uma demonstração) de força que o governo tenta passar”, disse Adilson, para quem o titular do Planalto está, na verdade, enfraquecido. “Até o seu amigo, seu principal assessor, Sandro Mabel, bateu em retirada. Eles usam da força porque querem a qualquer custo, mesmo diante desse colapso, a aprovação dessas reformas.”

Mas o dirigente avalia que o “recado foi dado” pelas centrais e movimentos sociais. Mesmo assim, é preciso manter a mobilização porque a tramitação das reformas continua. “É como se dissessem: o Temer cai, mas dessa agenda não abrimos mão.”

Representantes das centrais devem se reunir no início da semana que vem para avaliar o movimento e os próximos passos. Para o presidente da CTB, dois itens precisam ser discutidos: a organização de um nova greve e uma plenária nacional do movimento sindical.

Da Rede Brasil Atual

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