Juventude não quer só comida, quer também 10% do PIB para Educação
Por Patrick Baptista*
“Sou a favor da escolaridade e da merenda … e da merenda!” (molungo)
A educação no Brasil historicamente tem sido um privilégio de uma pequena parcela (rica) da população brasileira. É recente em nossa história a frequência das classes populares nos bancos escolares. A lógica sempre funcionou da seguinte: forma existe uns que nascem para pensar, e aí mandar; e outros para trabalhar, e então obedecer.
A universalização do ensino público não garantiu a permanência dos trabalhadores e de seus filhos nas escolas, que em muitos casos foram obrigados a deixar de estudar para contribuir com a renda familiar. Programas como o Bolsa Família e o de combate a miséria no país evidencia o esforço da sociedade brasileira em resolver a problemática. Assistimos os avanços que o Brasil teve nos últimos anos. No entanto, essa problemática esta longe de ser sanada, pois não é apenas a permanência de crianças nas escolas que resolverá o problema do déficit educacional. A juventude cada vez mais vem sendo alijada do direito à educação, pois compartilha do mesmo problema. Programas como o Projovem miniminizam o problema, mas está longe de atingir a maior parte de jovens que evadem das escolas para trabalhar.
Outro grave problema é a desvalorização dos educadores, que a cada dia se torna sinônimo de atividade profissional que passa longe dos sonhos da juventude brasileira. Isso porque os baixos salários, inadequadas condições de trabalho e perspectiva de ascensão na carreira incerta levam ao desestímulo e constante processo de precarização da profissão e carreira docente.
Por isso, a juventude brasileira luta para que de toda a riqueza produzida nesse país (PIB) seja investido dez por cento na educação.
Queremos garantir, através dos 10% do PIB para a educação, não apenas o direito da juventude estudar, mas estudar mais e com qualidade, garantindo o acesso e a permanência da juventude no sistema educacional, com assistência estudantil.
É por 10% do PIB que queremos que a profissão de educador esteja novamente nos sonhos da juventude, que seja uma profissão respeitada com salário decente, um plano de cargos e carreiras motivador. Com salas de aulas preparadas, com recursos adequados e ferramentas apropriadas à prática docente e não salas de aulas cada vez mais lotadas.
E por fim queremos 10% do PIB para educação para que cada vez mais possamos diminuir a distância entre pobres e ricos e que as oportunidades sejam equitativas entre a juventude brasileira.
Mais e melhor educação para todos e todas é pelo que a Juventude CUTista luta.
* Patrick Baptista é secretário de Juventude da CUT-PR
Fonte: CUT