SAAEMG repudia demissões na PUC-MG
O Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar de Minas Gerais (Saaemg) repudia a iniciativa da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) que sistematicamente vem demitindo os Auxiliares de Administração Escolar que integram a Diretoria do Sindicato ou, ainda, quando fazem parte da chapa inscrita para concorrer às eleições da entidade que representa a categoria. Nos últimos doze meses, já foram três diretores demitidos e, recentemente, uma trabalhadora que, além de ser diretora, integra também a única chapa inscrita para concorrer às eleições sindicais que acontece durante o próximo mês de setembro. Aparentemente, não há nenhuma causa que justifique essas demissões. O que está por trás dessas demissões ainda é uma incógnita. Pode ser uma tentativa de dificultar que eventuais denúncias de irregularidades cheguem ao sindicato. A dúvida fica mais acentuada por se tratar de uma instituição mantida pela Igreja católica, quando a sua autoridade máxima, o Papa Francisco, tem apregoado a importância da sociedade organizada, incluindo os sindicatos, na luta por melhores condições de vida e de trabalho para o povo de uma forma geral e para os cristãos em particular. Além desses trabalhadores que se candidatam a cargos na direção sindical, a Sociedade Mineira de Cultura, Mantenedora das Unidades da PUC Minas e Colégios da Rede Santa Maria, demitiu, sem justificativa, vários auxiliares de administração escolar. Essa iniciativa da instituição revela, mais uma vez, sua postura antissindical, que prioriza apenas o lucro às custas dos trabalhadores e trabalhadoras. Estes, sim, os verdadeiros responsáveis pelo funcionamento da universidade.
Em mensagem proferida recentemente na Cidade do Vaticano, o Papa Francisco criticou a exploração capitalista e a injustiça social durante a sua reflexão sobre o tema “Pela pessoa, pelo trabalho”.
A PUC-MG – instituição ligada à Igreja – parece desconhecer e ignorar os preceitos atuais do sumo pontífice ao voltar os tempos da inquisição, quando perseguia pessoas inocentes.
No final de 2017, a PUC-MG também demitiu dezenas de auxiliares de administração escolar, assim como fez no colégio Santa Maria. Todas essas demissões foram logo após a aprovação da famigerada “Deforma” Trabalhista.
Essa “deforma” trouxe, desde então, vários prejuízos para os trabalhadores e trabalhadoras. Basta ver as mudanças na CLT (mais de 100) aprovadas pelo atual (des) governo Temer com o apoio dos patrões.
Entre outros prejuízos para os trabalhadores, a reforma trabalhista trouxe mudanças como: predominância do negociado sobre o legislado; não obrigatoriedade de homologação de rescisões nos sindicatos ou Ministério do Trabalho; trabalho intermitente e possibilidade de o empregado pagar os custos de ações judiciais na Justiça do Trabalho.
Diante desse contexto, o Saaemg manifesta todo o seu apoio à categoria. O sindicato não medirá esforços no sentido de reverter essa decisão autoritária, covarde e injusta da PUC-MG.