Sinpro Macaé e Região: Número de ameaças contra professores
Levantamento aponta Macaé como a 3ª cidade do estado que mais registra ameaças contra professores; dados foram divulgados pelo Jornal O Globo no final de semana
A violência por que passa os professores nas salas de aula do estado foi traduzida em números neste final de semana pelo Jornal O Globo. De 2014 a 2017, foram 624 ameaças dentro das escolas, ou seja, um professor a cada três dias. Com 15 registros, Macaé está em terceiro lugar entre as delegacias que mais registram estes casos.
O levantamento mostra ainda que, em 25% dos casos, o autor da ameaça é o aluno, e as professoras são as maiores vítimas: 75% de quem sofre a violência são mulheres. “Este é um dado preocupante e que traz consequências para o todo o processo de educação, dentro e fora das unidades de ensino. São números onde não podemos apenas lamentar. É preciso que tomemos uma postura de reverter este quadro e de reestabelecer o respeito ao professor, ou melhor, o respeito entre os seres humanos. Essa situação contribui para a precarização do trabalho escolar e o adoecimento dos professores, pois estas dificuldades resultam no quadro de stress crônico e afastamento das suas atividades laborais”, disse o presidente do Sindicato dos Professores da Rede Particular de Ensino de Macaé e Região (Sinpro Macaé e Região), César Gomes.
Para o presidente, abordar a violência no ambiente escolar é importante, mas é necessário também construir coletivamente com proposições para o enfrentamento destas situações, a partir da reflexão e debates onde possamos envolver diferentes atores sociais. “Precisamos valorizar o respeito, a estabilidade, a autonomia docente”, completou.
Da base de atuação do Sindicato, Macaé foi a única cidade que apareceu entre as primeiras colocações. Já na região, Cabo Frio figura na oitava colocação, com 11 registros de ameaças feitos na delegacia. “Isso não significa dizer que nas outras cidades isso não ocorra. Nós que acompanhamos, sabemos das situações a que muitas vezes os professores são submetidos. Enquanto Sindicato entendemos os efeitos que isso traz para o dia a dia do ensino, bem como isso prejudica a saúde mental desta categoria. Por isso, quando atuamos em uma Campanha Salarial não estamos ali só por reajustes, queremos o respeito e a valorização desse profissional. Defendemos que estas denúncias sejam formalizadas nas delegacias para que por meio destes dados a Segurança Pública possa atuar com mais eficácia”, finalizou Cesar.