80% dos brasileiros dizem ter interesse por matérias de educação
Conteúdos sobre educação são os mais atrativos para os brasileiros quando se trata de notícias e reportagens, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha entre os dias 12 e 16 de junho em 129 municípios de todas as regiões do país. Foram ouvidas 2.084 pessoas de todas as classes sociais e idade acima de 16 anos. Do total de entrevistados, 80% afirmaram ter muito interesse em reportagens e notícias sobre educação, enquanto apenas 4% informaram não ter nenhuma atração por matérias dessa editoria.
Outros temas pesquisados foram saúde (78% declararam ter muito interesse), cultura (54%), economia (45%), ciência (44%), esportes (40%), política (23%) e entretenimento (18%).
Os resultados da pesquisa, encomendada pela Jeduca, serão debatidos durante o 2º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, que será realizado no Colégio Rio Branco nos dias 6 e 7 de agosto. A associação fez também, em parceria com a Rede Conhecimento Social, uma pesquisa qualitativa sobre o tema (veja no fim do texto dados sobre os dois levantamentos).
Para o presidente da Jeduca, Antônio Gois, o resultado é animador por indicar também a melhor maneira de os jornalistas manterem a atenção do público.
“A pesquisa detectou que, apesar de haver valorização do tema, isso não significa que o público esteja consumindo vorazmente o conteúdo produzido. A tendência é que a pessoa se afaste da reportagem se ela sentir que o tema está longe da vida dela. Se a matéria não diz respeito à escola que atende à sua família, por exemplo, o interesse diminui”, explica.
Gois revela que mesmo em reportagens sobre políticas públicas, como a reforma do ensino médio, as pessoas se interessaram mais quando perceberam que a discussão poderia mudar o que os filhos aprenderiam na escola.
“Em direção contrária, muitas vezes nossas matérias abordam o tema como se fosse apenas de interesse de autoridades e educadores. Essa percepção apareceu nas discussões qualitativas, evidenciando também a importância de nos perguntarmos se a reportagem que estamos produzindo está clara para o público que queremos atingir”, afirma.
O presidente da Jeduca destaca ainda que termos comuns no debate educacional, como “interdisciplinar” ou “Base Nacional”, se mostraram de difícil compreensão, mesmo para o público de alta frequência de leitura.
“Nem mesmo ‘ensino médio’ é facilmente digerido. Uma pergunta muito comum foi sobre a faixa etária dos estudantes, especialmente pelos que já haviam deixado a escola há alguns anos. Por isso, acreditamos que algumas palavras a mais no texto, explicando melhor alguns jargões, ajudem a trazer o leitor, ouvinte ou telespectador para a nossa reportagem.”
A pesquisa do Datafolha indicou ainda que, quanto mais alto o grau de escolaridade, mais alto também o interesse por informações ligadas à educação: entre quem estudou até o ensino fundamental, 74% têm muito interesse por esse tipo de conteúdo, índice que sobe para 81% entre quem estudou até o ensino médio e alcança 86% na parcela que estudou até o ensino superior. A pesquisa revelou ainda que uma matéria com dados e estatísticas pode afugentar quem tem apenas o ensino fundamental, mas seu apelo é maior entre os que têm ensino superior.
Serviço:
Divulgação da pesquisa no 2º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação
Data: 07/08, das 14h50 às 15h40. Sessão extra para aprofundar as discussões das 16h50 às 17h40.
Informações: http://congresso.