A favor da verdade nos livros de história
Já houve tempo em que se fazia queima de livros em praça pública. Deu no nazismo. Houve tentativas de revisão da história para calar críticos, e isso foi no totalitarismo.
Agora, um general coordenador da campanha presidencial do candidato da extrema direita, onde já se falou em acabar com o 13º, em aumentar o imposto de renda de quem trabalha e em criar uma carteira de trabalho sem direitos, sugere banir livros ‘que não falem a verdade’ sobre 1964. Banir livros que digam que houve um golpe brutal em 1964.
Pois bem, somos a favor da verdade. Toda a verdade: que os livros de história digam sempre que o regime de 1964 foi imposto pelas armas, que se perseguia quem criticava o regime com tortura e morte, que se matava quem apontava os erros do regime, que havia censura à imprensa e que na lei da anistia foram protegidos os que praticavam a tortura. Que os livros digam a verdade sobre obras faraônicas e superfaturadas que estouraram as finanças públicas e geraram uma dívida externa impagável na época e que, por fim, contribuiu para a queda do regime.
Professores são a favor da verdade. Pela democracia, somos a favor do debate franco em sala de aula, pela formação crítica do homem para o exercício da cidadania. Se for assim, o general tem razão. Se não, não.