MP move ação contra acampamento bolsonarista e chama grupo de ‘milícia armada’
O Ministério Público do Distrito Federal apresentou nesta quarta-feira (13) uma ação civil pública em que pede, em caráter de urgência, o fim do acampamento bolsonarista intitulado “Os 300 do Brasil”, além de uma revista de seus integrantes para verificar se há armas de fogo com os manifestantes e a busca e apreensão de armas em situação irregular.
Na ação, os promotores de Justiça Flávio Augusto Milhomem e Nísio Tostes Filho chamam o grupo de “milícia armada” e colocam como ré a ativista Sara Fernanda Giromini, de 27 anos, que se autodenomina Sara Winter. Nas redes sociais, ela tem se apresentado como porta-voz do acampamento.
Os promotores pedem ainda que o governo do DF proíba a aglomeração de pessoas para a realização de manifestações na capital, em atendimento aos decretos locais que visam o isolamento social e a contenção da propagação do coronavírus.
Mais cedo, o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), protocolou no Ministério Público do Distrito Federal e na Procuradoria-Geral da República (PGR), uma representação contra o acampamento.
Na última terça (12), Sara Winter, que é ex-funcionária do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, de Damares Alves, revelou à BBC Brasil que o grupo conta com manifestantes armados para sua “própria segurança”.
Defensora de bandeiras neonazistas, Sara Winter já expressou que o grupo tem como intuito o “extermínio da esquerda”, e os integrantes pregam uma intervenção militar e o fechamento de instituições como o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. O acampamento oferece ainda “treinamentos com especialistas em revolução”.