Professoras da creche espírita entram em greve com apoio do Sinpro Goiás
As professoras da Creche e Educandário Espírita Casa do Caminho, situado no Jardim Curitiba, em Goiânia, paralisaram suas atividades por três dias, a contar de quarta-feira, dia 17 de abril. O motivo principal é o atraso de pagamento de salários, que é uma entre muitas outras irregularidades trabalhistas cometidas pela instituição de ensino. O Sinpro Goiás encampou integralmente a causa das professoras e encaminhará denúncias das irregularidades trabalhistas aos órgãos competentes.
A escola, com mais de 150 crianças, é uma das dezenas de instituições de ensino filantrópicas que mantêm convênios com a Secretaria Municipal de Educação de Goiânia e, em maioria, apresentam irregularidades trabalhistas. A Creche e Educandário Espírita Casa do Caminho contrata as professoras como monitoras, embora todas exerçam especificamente atividades docentes.
Em reunião das professoras com presidente do Sinpro Goiás, professor Alan Francisco de Carvalho, elas relataram que trabalham 10 horas por dia, sem intervalo regular, cuidando em média de 25 crianças, a partir de três anos de idade.
Pelo relato das professoras, ficou evidente que a instituição de ensino concede férias de modo irregular, em janeiro e não em junho, quando os docentes têm direito a 30 dias ininterruptos de férias. Além disso, a escola conveniada com a prefeitura, obrigando as professoras a trabalhar 10 horas por dia, não paga sequer o valor do piso salarial pago pelas escolas públicas, nem pelas instituições privadas de ensino. Conforme disseram as professoras, ao pagar salários com atraso, a administração da escola exige que elas deixem em branco as datas dos recibos.
Diante das denúncias de irregularidades, o Sinpro Goiás decidiu notificar a direção da Creche e Educandário Espírita Casa do Caminho sobre a justa paralisação das trabalhadoras e a tomar as medidas judiciais cabíveis, a começar por encaminhar denúncia à Superintendência Regional do Trabalho em Emprego em Goiás.
Na Secretaria de Educação
Os problemas trabalhistas comuns às escolas filantrópicas que mantêm convênio com a Prefeitura de Goiânia foram o assunto da reunião do presidente do Sinpro Goiás, professor Alan Francisco de Carvalho, e a secretária municipal de educação, professor Neyde Aparecida.
No encontro que ocorreu dia 26 de março, no gabinete da secretária de educação, com a participação do assessor jurídico do sindicato, Geraldo Santana, o presidente do Sinpro Goiás fez um relato das principais reclamações de docentes que atuam nessas escolas conveniadas. Ele informou que, entre as denúncias que chegam ao Sinpro Goiás, estão comumente a falta de assinatura de carteira de trabalho; a falta de intervalo de descanso, no horário do recreio; o não pagamento de horas-extras, e o não pagamento sequer do piso salarial.
A secretária Neyde Aparecida prontificou-se a tomar as medidas cabíveis, urgentes, com vistas a sanar esses problemas e sugeriu a formação de um grupo de trabalho constituído por técnicos da secretaria de educação, Sinpro Goiás e Conselho Municipal de Educação, para fazer estudos que apontem as alternativas que assegurem soluções definitivas e regularizem as condições de trabalho docente nas escolas conveniadas.
Do Sinpro Goiás