Amaury Jr. se candidata à ABL para evitar que ‘FHC a privatize’
“O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se eleito, vai privatizar a Academia Brasileira de Letras. Para evitar que isso ocorra, defendemos a candidatura de Amaury Ribeiro Júnior para imortal”. Com bom-humor, os jornalistas e blogueiros presentes na coletiva de imprensa oferecida na última terça-feira (23) na sede do Barão de Itararé pelo autor de A Privataria Tucana sintetizaram o teor da campanha lançada no último dia 8 de abril: “Amaury para a Academia porque A Privataria é Imortal”.
Nesta sexta-feira (27), a candidatura do jornalista será oficializada na ABL no Rio de Janeiro. Cerca de 100 pessoas são esperadas para o ato que contará com irreverência e bom-humor. O ato terá início no Sindicato dos Jornalistas e será acompanhado por um bloco de carnaval até a sede da ABL. Após a formalização, o encerramento será realizado no bar Amarelinho, na Cinelândia.
A disputa com FHC
Quando questionado sobre qual a sensação de concorrer à vaga com o ex-presidente FHC, Amaury se mostrou entusiasmado: “é uma honra muito grande. Na verdade, quem está concorrendo é ‘A Privataria Tucana’ porque o livro é que é imortal. É a marca que vai ficar para sempre do governo deles. Muita gente sofreu, se matou por causa da privatização. Eu fico muito admirado porque hoje não tem um promotor, juiz, delegado que não tenha um livro”.
Bem-humorado, Amaury contou que está preparando o livro A Privataria Tucana 2 e que compôs uma salsa cubana em homenagem ao jornalista Merval Pereira, autor do livro “Mensalão”. E relatou que a nova versão de seu best seller terá personagens novos, mas também contará com a participação dos antigos atores de A Privataria. O escritor não quis adiantar os assuntos presentes no livro, mas deixou escapar que o primeiro capítulo aborda a lista de Furnas “uma verdadeira bomba atômica” e que um dos personagens da obra será o governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
Mídia contra o povo
Pesquisas de opinião em toda a América Latina revelaram que a população é contra as privatizações levadas a cabo por governos neoliberais. “A privatização que a mídia mostra é uma maravilha, mas na prática as pessoas sofreram. Foram verdadeiras catástrofes. A Companhia Pará de Energia, por exemplo, não indenizou as pessoas até hoje. A empresa quebrou e agora a estão devolvendo para o Estado”.
“O que nós revelamos com o livro é pouco. Pegamos só uma parte, mas tem muito mais dinheiro que sei onde está, mas não tenho provas. É muito simples: dinheiro tem que ter origem. Se alguém compra uma coisa de 100 milhões, tem que provar de onde veio o dinheiro”, exclamou ao se referir ao ex-candidato à presidência, José Serra e seus familiares. “Eu não investigo político porque eles lavam dinheiro com a mãe, sobrinho, filhos…”.
Assassinato de reputação
Amaury Ribeiro Júnior já trabalhou em O Globo, Correio Braziliense, IstoÉ, Estado de Minas, e hoje é produtor especial de reportagens na TV Record.Com mais de 50 prêmios na bagagem, ganhou três vezes o Prêmio Esso de Jornalismo, mas ao ingressar neste tema, passou a receber um tratamento diferenciado por parte dos mesmos veículos para os quais trabalhou.
“Acontece que a imprensa nunca antes tinha tirado a máscara, tentavam disfarçar suas posições políticas, mas na última eleição perderam a vergonha. Até uma ficha falsa para a Dilma fizeram, partiram para a baixaria … Só não foi uma tragédia eleitoral graças aos blogs sujos e à mídia alternativa. Não fossem vocês, seria um massacre, eu mesmo estaria morto, seria aniquilado. Me colocaram como bandido no Jornal Nacional, a polícia me indiciou porque disse que eu quebrei sigilo, coisa que nunca fiz”, desabafou o jornalista.
Amaury é candidato à cadeira 36 da ABL, a mesma que será pleiteada por Fernando Henrique. “Esta cadeira 36 lembra a tragédia da Plataforma 36 da Petrobras, que afundou no governo FHC”, brinca o jornalista postulante à imortalidade.
Do Portal Vermelho