Repúdio ao ataque do líder de Bolsonaro aos trabalhadores em educação!
Defesa da volta às aulas com segurança sanitária!
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee repudia com veemência os ataques do líder do Governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), que acusou os professores de causarem danos à formação das crianças e disse que “só professor que não quer trabalhar”.
Além de demonstrar o desprezo do atual governo pelo setor – como revelam os cortes orçamentários, os sucessivos ministros da Educação despreparados e inimigos declarados da cultura –, o pronunciamento do representante bolsonarista na Câmara falta com a verdade. Os trabalhadores em educação têm se destacado na labuta diária, em casa e nas escolas, para garantir o ensino e o acompanhamento do aprendizado dos alunos da educação de base à formação universitária, de forma presencial ou por aulas remotas. Nessa lida, muitos contraíram o coronavírus e, inclusive, vieram a óbito, como, dentre outros, o presidente do Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar de Goiás (Sinaae), diretor da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado do Centro-Norte (Fetraeep) e da Contee, Carlos Roberto Passos.
Os profissionais da educação, privada e pública, atuam em exposição direta com estudantes, quase sempre em ambientes fechados. A carga horária é elevada e convivem com um alto nível de estresse, fragilizando as defesas do organismo.
O parlamentar também agride a verdade ao dizer que a categoria “não quer se modernizar, não quer se atualizar”. Muito pelo contrário, os profissionais da educação, na maioria das vezes sem apoio governamental ou dos empresários do setor, enfrentaram e estão vencendo o desafio de garantir para os estudantes o ensino à distância, transformando suas próprias casas em estúdios de produção, gravação e transmissão de aulas. Para isso, tiveram que se inteirar de novas tecnologias e formas de comunicação e elaboração de conteúdo curricular.
Ao inverso de não querer trabalhar, como vitupera o representante do governo de ultradireita que assumiu a Presidência da República, os trabalhadores do ensino, da rede pública e privada, desde o primeiro momento reivindicaram a adoção de medidas sanitárias urgentes para garantir a continuidade do ano escolar e, inclusive, quando surgiu a vacina, a colocação da categoria como prioritária para a imunização diante da pandemia, visando o cumprimento de seus compromissos com os alunos, seus familiares e a comunidade. Mas o governo morticida de Bolsonaro não deu ouvidos aos apelos do movimento sindical, social e de saúde e, pelo contrário, negou o valor da ciência e sabotou a política de vacinação, como está sendo apurado agora por uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado.
Justamente por estarem sendo coagidos pelo governo genocida e por empresários inescrupulosos a ir trabalhar sem a devida segurança sanitária, os profissionais das várias categorias (inclusive os de saúde, transporte, segurança e comércio, citados pelo representante do Governo Bolsonaro) formam a imensa maioria dos quase 400 mil mortos pela pandemia e mais de 14,2 milhões de brasileiros contaminados pela covid-19.
Ao tempo em que repudia a fala do líder governista e a condução do Governo Bolsonaro no tratamento da pandemia que vitima o país, a Contee, que representa 1,5 milhão de trabalhadores do setor privado de ensino, reafirma o que vem defendendo desde o surgimento da doença infecto-contagiosa: os profissionais do setor devem ser priorizados na vacinação contra a covid-19 e as aulas presenciais só devem retornar após a garantia da segurança sanitária da própria população.
Brasília, 24 de abril de 2021
Diretoria Plena, ampliada, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee