Sinpaaet: Sindicato não tem partido, estudante não é mercadoria e professor não é freelancer
Profa. Me. Patrícia Schlickmann Orlandi*
A cada quatro anos, em seus 32 de atuação, os mais de 700 filiados do Sinpaaet escolhem, democraticamente, seus representantes. Este ano, a instauração do processo eleitoral se deu em janeiro, a inscrição de chapas, até o último dia 14, e o pleito ocorrerá de 7 a 11 de março, em votação online.
Contudo, tão relevante quanto divulgar as eleições, faço questão de ratificar e essência da nossa luta, a função de um sindicato, sobretudo do Sinpaaet, que congrega escolas, academias, creches, universidades e demais instituições de ensino privado de Tubarão e Capivari de Baixo.
Digo sempre que posso: Sindicato não tem cor, político de estimação e não é partido político. Sindicalista não é emprego ou sinônimo de encosto. Especificamente para o Sinpaaet, que defende os profissionais da educação, sempre reitero: Educação não é um produto. Estudante não é mercadoria e professor não é freelancer, não faz bico!
Nosso Sindicato, além de prezar pelas funções inerentes – a negocial, a assistencial e de representação dos seus filiados, como estabelece a Constituição Federal e a CLT – leva muito a sério uma outra em especial: a função ética. Temos uma missão precípua de participar e representar nossa categoria nas convenções coletivas, ou seja, de defender os interesses sociais, econômicos e profissionais relacionados com a nossa atividade laboral (que é lidar com a educação), mas, além disso, temos o dever ético e moral nas premissas para os diálogos e conciliações que promovemos e/ou estabelecemos.
Os Sindicatos também atuam no campo político, por óbvio, comum aos cidadãos, mas, jamais, no favorecimento de partidos políticos ou de políticos. Nossa missão é institucional, é sempre em favor dos profissionais da educação.
Por isso, a cada nova eleição, temos a oportunidade de nos reconectarmos ainda mais com nossos filiados e/ou potenciais filiados, de mostrar o que podemos fazer juntos, de exercermos o papel de cada um na consolidação desse movimento, que é plural, coletivo e responsável.
A pandemia acelerou inúmeras transformações dentro e fora da sala de aula. Muito se fala sobre ensino remoto, papel dos pais, tecnologias educacionais, protagonismo dos estudantes, novos conteúdos e metodologias, mas, em especial, pouco se diz sobre a saúde e as reais condições de trabalho do profissional de educação, seja ele professor ou administrativo.
Porém, mesmo diante das condições impostas pelos cenários político, social e econômico, nosso Sindicato segue, diuturnamente, buscando fazer a diferença, tanto em defesa dos trabalhadores da educação, quanto em legitimar a educação como agente de transformação social. Não vamos recuar. O movimento sindical resiste e vai resistir sempre.
Enquanto houver chance, vamos carregar a esperança e seguir gerindo nosso Sinpaaet com foco em resultados, inovando, com diálogo e, em especial, representando a força do coletivo.
O movimento sindical não se rende!
*Profa. Me. Patrícia Schlickmann Orlandi é presidente do Sinpaaet