Sinpro Minas: Nota de apoio à greve dos/as trabalhadores/as em educação de MG
O Sinpro Minas manifesta publicamente apoio à greve dos/as trabalhadores/as da educação de Minas Gerais, iniciada no último dia 9 de março. A reivindicação da categoria é que o governador Romeu Zema (Novo) cumpra a Lei Nacional e a Estadual e pague o piso salarial, com a aplicação dos reajustes.
Em assembleia realizada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), na última quarta-feira, 23/03, a categoria decidiu pela continuação do movimento grevista. De acordo com a direção do Sind-UTE, desde 2019, o sindicato busca possibilidades de negociação, porém, o governo segue omisso e não negocia.
Durante a assembleia, a categoria recebeu o apoio de lideranças estudantis, movimentos sociais, sindicais e parlamentares. Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas e da CTB Minas, também esteve presente e ressaltou a necessidade dessa luta: “Essa greve é simbólica e muito importante para o povo mineiro. Um governador que não cumpre a lei, abre prerrogativas para que os municípios também não cumpram a lei”, afirmou. Valéria ainda lembrou que os/as professores/as do setor privado também estão em luta e que há dois anos não têm ganho real e uma recomposição decente.
Piso salarial é direito!
O Sinpro Minas reconhece e se solidariza com a luta dos/as trabalhadores/as em educação de Minas por valorização, respeito e pela garantia a um direito constitucional. O Piso Salarial é um direito garantido pela Lei Federal 11.738/08 e também está na Constituição do Estado, por meio do artigo 201A e da Lei 21.710/2015, que assegura o pagamento do Piso integralmente na jornada de 24h semanais.
Também é importante denunciar a postura do governo Zema, que além de demonstrar total descaso com a luta dos/as trabalhadores/as, chegou a acionar a justiça para extinguir direitos históricos da categoria. O Sinpro Minas repudia também a truculência da Polícia Militar, que na última terça-feira, 22/03, reprimiu trabalhadores/as em educação que realizavam manifestação na cidade de Uberlândia. É inadmissível que a luta por direitos seja tratada como um caso de polícia.
Por fim, é preciso desconstruir o argumento propagado pelo governo Zema de que não há recursos suficientes para o pagamento do piso. De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apresentados em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na última terça-feira, 22/03, as receitas são sim suficientes. Fica cada vez mais evidente que tanta omissão parece ser uma posição política.
O Sinpro Minas seguirá apoiando o movimento grevista, compartilhando forças com todos/as aqueles/as que se encontram na mesma trincheira neste momento político repleto de retrocessos. “A luta pelo piso salarial reflete também a luta em defesa de uma educação de qualidade, que necessariamente passa pela valorização de todos/as esses/as trabalhadores/as”, enfatiza Valéria Morato.