Por que votar em Lula?

Neste 16 de agosto, dia em que começa oficialmente a campanha eleitoral, coordenador-geral da Contee, Gilson Reis, faz alerta e apelo aos/às trabalhadores/as da educação privada para que possamos derrotar Jair Bolsonaro e seu projeto de destruição do País. Confederação também lançou campanha “Votar é ação: em defesa da educação e da democracia”

Caríssimo/a companheiro/a professor/a, técnico/a administrativo/a e auxiliar,

com nossos cordiais cumprimentos, pedimos sua permissão para dialogar com você sobre o acontecimento mais importante do ano de 2022: as eleições gerais, marcadas para o dia 2 de outubro, em 1° turno, e dia 30 em 2° turno, se for necessário, que elegerão o presidente da República, 27 governadores, 27 senadores, 513 deputados federais e 1.024 deputados estaduais.

Nessas eleições, será decidido o destino do Brasil pelos próximos 4 anos, com repercussão positiva ou negativa por muitos outros anos vindouros. As eleições vão decidir se haverá educação, saúde, previdência, segurança pública, alimentação e trabalho digno para todos, ou para a minoria, como o é hoje. O voto dos/as 156,4 milhões de eleitores/as é que definirá as políticas públicas que serão implementadas.

Por isso, ao contrário do que muitos dizem, os maiores interessados nos resultados das eleições, somos nós, trabalhadores/as. Em uma palavra: o voto decidirá se teremos o Brasil justo, que tanto queremos, para nós e nossos/as filhos/as, ou se continuará injusto como tem sido nos últimos anos.

Como é de seu conhecimento, as eleições são disputadas por candidatos que representam os diversos partidos políticos do Brasil, sendo que a maioria deles é contra os/as trabalhadores, só se preocupando com os interesses dos grupos econômicos que financiam suas campanhas. Poucos são os partidos e os candidatos que querem e se dispõem a atuar em defesa do povo sofrido.

Por isso, chamamos sua atenção para que tenha cuidado na hora de escolher os candidatos que receberão seu voto. Nessa hora, não se deixe levar por promessas e por discursos, pois, infelizmente, a maioria dos políticos faz mil promessas antes das eleições. Porém, depois de eleito, sempre vota contra o que prometeu.

Para que isso não se repita, mais uma vez, é preciso que o voto seja dado somente a quem realmente se dispõe a cumprir o que promete em prol do bem-estar do povo trabalhador.

No tocante à eleição presidencial, que representa o mais alto cargo político do País, apesar  de várias candidaturas, a eleição se acha polarizada em duas: Lula e Bolsonaro.

Reflita  sobre o que cada uma delas representa para o Brasil e os/as brasileiros/as. Como os dois candidatos que  polarizam a eleição  já são conhecidos como ocupantes do cargo de presidente, compare o que cada um fez durante seu governo.

Durante os governos de Lula e de Dilma, de 2003 a 2016:

1) o salário-mínimo, que é referência para mais de 50 milhões de trabalhadores/as, foi valorizado em 77% acima da inflação. Se não fosse essa valorização, em 2022, seu valor seria de apenas de R$ 684, e não de R$ 1.212;

2) foram criadas 18 universidades federais e 173 campi universitários, para dar oportunidade aos/às filhos/as dos/as trabalhadores/as. Além disso, foram implantadas 360 unidades de institutos federais de educação, com a mesma finalidade;

3) a liberdade de aprender, ensinar e divulgar a ciência e o saber e o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas ganharam foro nunca visto, sendo integralmente respeitados graças à valorização do salário-mínimo e aos programas sociais;

4) o respeito à diversidade social, cultural, étnica e religiosa, a tolerância e a busca da paz foram incentivados e alçados a patamares elevados;

5) graças à valorização do salário-mínimo, que se traduz em inclusão social, e à multiplicação e fortalecimento dos programas sociais, reconhecidos mundialmente, o Brasil foi, em 2014, excluído do mapa da fome pela ONU, uma vez que a fome foi varrida do País;

6) foram mantidos os principais direitos previdenciários, que representam a maior e mais ampla política de inclusão social.

No governo Bolsonaro, prestes a completar 4 anos, não há registro de uma única medida que seja em prol dos/as trabalhadores/as. Ao contrário, todas as medidas por ele tomadas foram contra o Brasil e seu povo trabalhador. Para que não haja dúvidas sobre isso, basta que listemos algumas delas:

1) seu primeiro ato, ao 1º de janeiro de 2019, quando tomou posse, foi extinguir o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), que, desde o ano de 1930, representava a garantia de fiscalização do cumprimento dos direitos trabalhistas e das normas de saúde e segurança do trabalho. E Bolsonaro fez isso como que para dizer às empresas que, em seu governo, elas teriam ampla liberdade para explorar seus/suas trabalhadores/as e para rasgar as normas de saúde e segurança do trabalho;

2) não houve um centavo sequer de valorização do salário-mínimo. Sua correção deu-se apenas pela inflação;

3) graças às medidas de arrocho salarial, de redução dos programas sociais, de desemprego e informalidade crescente e de perda do valor real da renda, segundo recente relatório da Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), há 33 milhões de brasileiros/as passando fome. Isto é, não têm o que comer. Além disso, mais da metade da população, nada menos que 125 milhões, sofre com falta de comida;

4) a liberdade de aprender, ensinar e divulgar a ciência e o saber e o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas foram convertidos em crimes, como fazem provas as inúmeras leis que criam a nebulosa e retrógrada escola sem partido, apesar de o STF tê-la declarado atentatória aos fundamentos e garantias constitucionais, na nossa ação direta de inconstitucionalidade (ADI) 5573, ajuizada contra lei do estado de Alagoas. Bem assim, as dezenas de leis que proíbem o uso da linguagem neutra, igualmente considera inconstitucional pelo STF, por meio de liminar concedida na nossa ADI 7103, contra lei do estado de Rondônia;

5) a intolerância à diversidade social, política, cultural, étnica e de gêneros é incentivada e aplaudida até mesmo pelo presidente da República;

6) o ensino domiciliar, que não é direito público subjetivo pelo STF no RE (recurso extraordinário) N. 888815, e que exclui impiedosamente os/as filhos/as dos/as trabalhadores/as, tornou-se prioridade;

7) os direitos previdenciários foram dizimados, sepultando a justa e necessária expectativa dos jovens de um dia aposentarem-se;

8) criou-se apenas uma universidade pública, em SC, em 2019, e o projeto que a criou não foi de Bolsonaro, mas, sim, do governo Dilma.

Assim sendo, caríssimo/a professor/a, técnico/a, administrativo/a e auxiliar, quem, apesar de tudo isso, votar em Bolsonaro, estará optando pela fome, para si, seus filhos e para todos/as trabalhadores/as. Também estará votando pelo fim do emprego decente e dos direitos trabalhistas; pela falta de fiscalização do ambiente de trabalho; pelo fim da educação e da saúde pública; pela substituição dessas políticas públicas por armas; pelo ódio e pela intolerância; pela volta de doenças há muito erradicadas.

Em uma palavra: estará optando pelo fim do Brasil justo, solidário e democrático e pelo fim da esperança de dias melhores.

É esse o Brasil que você quer para si, sua família e os/as demais trabalhadores/as?

Pense nisso!

Por isso, recomendamos que todos/as os/as professores/as, técnicos/as, administrativos/as e auxiliares, bem como os/as demais trabalhadores/as, se somem conosco na esperança de reconstruir o Brasil que Bolsonaro devastou, votando em Lula.

Para nós, votar em Lula significa a busca da abertura de caminhos para que o Brasil seja devolvido aos/as brasileiros/as que trabalham e produzem, e hoje pouco ou quase nada têm.

Já votar em Bolsonaro é abrir caminho sem volta para as trevas, a fome e a miséria absoluta.

Gilson Luiz Reis

Coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia também
Fechar
Botão Voltar ao topo