A Contee presente no 10º Congresso Mundial da Internacional da Educação

Foram 5 dias agregadores, de muita troca, mobilização e aprendizado. Milhares de trabalhadores engajados na luta permanente para consolidar no mundo uma educação mais democrática, de qualidade e inclusiva.

Educadores do mundo inteiro participaram do 10° Congresso Mundial da Internacional da Educação (IE), que teve como lema: “Fazer crescer os nossos sindicatos, elevar as nossas profissões, defender a democracia”. O evento aconteceu em Buenos Aires, entre os dias 29 de julho e 2 de agosto.

O congresso reuniu 1200 delegados, observadores e convidados, que representam 32 milhões de trabalhadores da Educação de todo o mundo. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) marcou presença. Participaram como delegados Leandro Batista – Coordenador da Secretaria de Assuntos Jurídicos e Cristina Castro – Coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais e membro da comissão executiva da CPLP-SE; e como observadores Juliano Peixoto e Leonil Dias.

Os participantes deliberaram, debateram e trataram de temas imprescindíveis da atualidade na área da Educação, desde a carência de professores em âmbito global à inteligência artificial, ao estatuto da profissão, financiamento da educação e os direitos sindicais, a defesa da escola pública, da democracia, a luta contra o fascismo, entre outros pontos.

Um dos destaques do evento foi a intervenção feita pelo coordenador de Assuntos Jurídicos da Contee, Leandro Batista, também presidente do sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar da Região Sul do Estado de Minas Gerais. Ele tratou das demandas específicas dos técnicos administrativos.

“É fundamental promover a participação ativa do pessoal de apoio educativo na lida sindical. Recrutar, sindicalizar o pessoal de apoio é importante, mas ainda mais importante é tomar medidas para consultá-los e incluí-los no desenvolvimento de reivindicações, de propostas de políticas que resolvam os problemas identificados no local de trabalho. Isso é reforçar os movimentos, isso é unidade de ação sindical”, enfatizou Leandro.

O coordenador concluiu a sua fala dizendo: “na Contee, realizamos anualmente um encontro nacional onde traçamos estratégias de atuação coletiva e integrada à luta dos professores, aliás a nomenclatura apoio não é por nós defendida, pois entendemos que todos nós somos trabalhadores e trabalhadoras, que todos nós somos educadores e educadoras”.

A respeito da rica experiência vivida na terra do tango, a coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Contee, Cristina Castro, relatou com entusiasmo: “foi muito efetiva a nossa participação junto à Comunidade Sindical de Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE), onde todos os nossos delegados que manifestavam, eles reforçavam a importância de fortalecer a lusofonia. Então foi um ponto também muito positivo para a CPLP-SE, que faço parte da comissão executiva. Além do Fórum da Lusofonia, que antecedeu o Congresso, nós atuamos dentro do Congresso Mundial da IE de forma coletiva e organizada”.

“Também apreciamos resoluções e uma resolução que trouxe muita emoção mesmo foi a da Palestina reivindicando o cessar-fogo imediato. Essa é uma luta que deve ser feita por todos os professores no mundo. Lá estava presente uma delegação de Israel, que votou contrária à resolução, mas o documento foi aprovado com muita aclamação pelo plenário, porque nada justifica o que tem acontecido em Gaza, o que tem acontecido na Palestina. Posso afirmar que foi um encontro muito plural e potente”, finalizou a coordenadora.

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Mais reivindicações

Outras resoluções foram apreciadas e aprovadas envolvendo os temas:

-Combate à escassez de professores para defender a democracia, elevar a profissão e fortalecer os sindicatos;

-O bem-estar e a saúde mental dos docentes: elemento vital para uma educação de qualidade, no sentido de garantir o bem-estar físico e emocional dos professores no ambiente escolar;

-Defesa da democracia contra o populismo de extrema-direita e o extremismo na educação, no intuito de unir forças para barrar e derrotar o populismo e a extrema-direita e assegurar os direitos fundamentais, a dignidade da pessoa humana.

Campanha “Go Public! Fund Education

Definiu-se no congresso a continuação e a expansão da campanha da IE ‘Go Public! Fund Education’, que defende o financiamento da educação pública e da profissão docente, combatendo os cortes orçamentais, a austeridade e a privatização. Os delegados também debateram as melhores formas de implementar as 59 recomendações do Painel de Alto Nível das Nações Unidas sobre a Profissão Docente.

É urgente o aumento do financiamento da educação e maiores investimentos na profissão, bem como aprimorar o estatuto e as condições de trabalho dos professores. Além disso, é primordial reconhecer o papel insubstituível da relação humana no processo de ensino aprendizagem, que nenhuma tecnologia ou inteligência artificial poderá substituir. A campanha tem o propósito de atingir essas metas para promover um ensino público de qualidade.

A CNTE na diretoria executiva da IE

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, elegeu-se vice-presidente Mundial para a América Latina da Internacional da Educação (IE). Ele também atua como secretário-geral da CPLP-SE. Na ocasião, Heleno externou: “Já há muitos anos a CNTE contribui mundialmente com o debate, a elaboração, as lutas e conquistas das políticas educacionais, sobre o direito à educação, a gestão democrática, a organização sindical, o financiamento da educação pública e a valorização da nossa categoria profissional”.

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Momento Cultural

No encerramento do evento houve muita descontração. Inclusive, Cristina Castro participou como cantora de uma banda, integrada por membros da diretoria da IE, por delegados e trabalhadores da IE. Um espaço aberto e informal para aproximar ainda mais os participantes. Na sequência, um grupo da Argentina também se apresentou.

O importante congresso terminou em festa e demonstrando a importância de fomentar o diálogo, a empatia, os laços de afeto, de valorizar as manifestações culturais e artísticas, afinal de contas a cultura e a educação caminham juntas. Como diz a música de Titãs: “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”.

Em um clima de alegria e esperança, o 10º Congresso Mundial da Internacional da Educação, que simboliza a união e a força do movimento sindical educacional global, convoca todos os envolvidos à ação, incentivando-os a voltar para seus países e comunidades com renovada determinação para fazer a diferença, seguir na luta contínua pela justiça e equidade na educação.

Por Romênia Mariani

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