A missão da classe trabalhadora: derrotar Bolsonaro e reconstruir o Brasil
Entidades sindicais promoveram, em 27 de janeiro, plenária com participação de mais de 180 lideranças. A atividade foirealizada por videoconferência e transmitida pelas redes sociais, com o objetivo de debater o cenário político, econômico e social brasileiro e propor estratégias para atuar nas eleições 2022.
O evento teve como painelistas o sociólogo Clemente Ganz Lúcio, ex-coordenador do Dieese e atual assessor do Fórum das Centrais Sindicais, e o jornalista Altamiro Borges, presidente do Centro Barão de Itararé, escritor e colunista dos portais Vermelho, DCM, Brasil 247, Blog da Cidadania, Instituto João Goulart, entre outros. O evento foi uma atividade do Fórum Social das Resistências, que ocorreu de modo virtual, em razão do forte avanço da pandemia nesses primeiros dias do ano.
A coordenação geral da plenária ficou a cargo de Vitalina Gonçalves, dirigente da CUT-RS, e de Silvana Conti, vice-presidenta da CTB-RS, que fez a fala de abertura, destacado a importância histórica desse encontro. O manifesto “O lugar da classe trabalhadora na reconstrução do País E os desafios para derrotar Bolsonaro”, elaborado pelo conjunto das entidades integrantes do Fórum das Centrais no Rio Grande do Sul, foi documento=base deste debate.
“A Plenária de Convergência organizada pelas centrais sindicais demostrou a disposição de unidade e luta da classe trabalhadora na construção de um projeto de reconstrução nacional, para garantir o desenvolvimento econômico, a geração de empregos, a distribuição de renda, a democracia e o reestabelecimento dos direitos retirados pelos governos de Temer e Bolsonaro. Neste sentido, a Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) joga papel fundamental na construção dessa agenda”, afirmou Guiomar Vidor, presidente da CTB-RS.
Altamiro Borges defendeu a elaboração de um programa de reconstrução nacional e desenvolvimento. Avaliou como fundamental os movimentos que o presidente Lula vem fazendo em busca de uma unidade que contemple setores amplos da sociedade. Segundo o jornalista, caberá à classe trabalhadora ser protagonista e levar adiante esse processo histórico. Serão dois grandes desafios: vencer as eleições e conseguir governar.
Para Clemente, é fundamental restabelecer as políticas públicas de geração de emprego e de proteção social. “O sistema produtivo nacional foi completamente destruído por um modelo econômico que prioriza rentismo e o neoliberalismo. É uma situação de calamidade semelhante à de um país destroçado por uma guerra”, afirmou. Em sua opinião, não basta revogar as reformas trabalhista e previdenciária: “É necessário reestruturar o sistema sindical e adequar as entidades às mudanças que ocorreram no mundo do trabalho nas últimas décadas”.
Adilson Araújo, presidente nacional da CTB, afirmou que os sindicalistas precisam ocupar espaços de opinião para além das redes sociais e envolverem-se de maneira muito forte em todo o processo eleitoral deste ano. De acordo com o dirigente cetebista, o movimento sindical deve apresentar candidaturas, formar comitês de campanha, debater a situação nacional nas igrejas, nas associações de bairro e, principalmente, nos locais de trabalho. Com relação à Conclat, prevista para abril deste ano, Adilson diz que o conjunto das entidades tem de construir a unidade necessária para enfrentar esse enorme desafio que é a reconstrução do Brasil.
Abaixo, confirma o documento que norteou o evento.