A mudança começa com o voto: exerça a democracia!

A vida acontece nos municípios e a ida às urnas é a largada para as ações transformadoras em favor do bem comum. Resistir sempre, se abster da liberdade de escolha jamais

Nas últimas eleições municipais a abstenção no primeiro turno chegou a 23,14%. Cerca de 147 milhões de pessoas estavam aptas a votar. No entanto, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contabilizou 113.281.200 votos e 34.121.874 abstenções. Ausentes, brancos e nulos chegaram 30,6%. Isso revela que 45 milhões de brasileiros não escolheram seus candidatos em 2020.

Os números são assustadores.  Ao invés de repeti-los ou superá-los nas eleições 2024 o ideal é se cumprir o ato do voto. Mais de 155 milhões de eleitores e eleitoras terão a chance de no dia 06 de outubro escolher os seus representantes. O eleitorado aumentou 5,4% na comparação com as Eleições 2020. Entre o primeiro e o segundo turno serão eleitos os prefeitos e os vereadores dos 5569 municípios.

A vida acontece nos municípios e a ida às urnas é a largada para as ações transformadoras em favor do bem comum. No lugar da descrença política por que não apostar na esperança exercendo a democracia, combatendo a desinformação, buscando se inteirar do sistema político, das propostas apresentadas pelos candidatos? A Constituição diz que todo poder emana do povo. À luz dessa norma constitucional, pode-se afirmar que o cidadão ocupa o papel de protagonista no processo eleitoral.

A constituição ainda coloca que “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”. Os eleitores têm a responsabilidade de definir o destino da sua cidade pelos próximos anos. Cabe afirmar que os rumos do Brasil estão nas mãos dos votantes.

Longe de ser um simples dever, materializa o importante direito de participação ativa e direta na formação de um governo legítimo e democrático. Agindo assim, é possível influenciar as decisões que afetam sua vida e a de sua comunidade. Não é se esquivando do processo eleitoral que o eleitor conseguirá expor as insatisfações e reivindicar benefícios, mudar o status quo. É votando que se faz a diferença e os protestos ganham fôlego.

O voto é a arma mais poderosa para repudiar atitudes arbitrárias, expressar opiniões e prioridades, tornando-se um instrumento de impacto social. Mas a missão não se esgota com o ato do voto, a fiscalização se faz basilar antes, durante e depois. É importante acompanhar a atuação dos representantes, cobrando transparência e compromisso em suas ações. Esse engajamento contínuo é fundamental.

Negligenciar o processo eleitoral significa negligenciar a própria existência, silenciar a própria voz. A partir do momento que o cidadão se desinteressa pelo processo eleitoral e generaliza o espaço político como um antro de corruptos, ele comete um enorme equívoco e deixa que as deliberações acerca das pautas que lhe são caras sejam tomadas por outras pessoas.

O poeta Drummond estava coberto de razão quando sentenciou: “a ignorância, a cobiça e a má-fé também elegem seus representantes políticos. Quando o cidadão se afasta da política, ele abre margem para essa triste realidade, provocando uma série de prejuízos, a exemplo da proliferação de ideias fascistas, em que a necropolítica e as medidas opressoras imperam.

A maior verdade é que não se pode dissociar a vida da política. A política está presente no cotidiano desde as leis que regem à sociedade até as decisões sobre serviços públicos. Ela interfere na economia, na educação, na saúde, nos diversos segmentos e até mesmo nas relações interpessoais. Tudo perpassa pela política: o valor da cesta básica, a definição do salário mínimo, o preço da gasolina, as taxas de água e luz, entre outros aspectos.

Como canta Caetano na Música Divino Maravilhoso: “é preciso estar atento e forte” para promover a coletividade e “separar o joio do trigo”. A construção de um Brasil pujante, socialmente desenvolvido e justo depende de cada brasileiro e brasileira. Os bônus e os ônus entram na conta de todos os envolvidos. Romper com a descrença na política é uma tarefa desafiadora e extremamente necessária.

Além do mais, as eleições municipais representam uma prévia dos próximos capítulos políticos da conjuntura nacional/estadual. Elege-se os representantes que governarão os municípios por quatro anos e projeta-se o futuro do país. O que se planta no âmbito municipal se colhe nas disputas presidenciais, de deputados e de governadores.

Cultivar esperança em vez de descrença é essencial para a saúde da democracia. Cada eleição simboliza uma oportunidade única para reavaliar prioridades e buscar candidatos comprometidos com os direitos sociais.

A participação ativa do eleitor-cidadão, sem dúvida, representa um grande reforço na luta contra os candidatos mal-intencionados que querem ocupar o cargo eletivo para satisfazer seus interesses pessoais em detrimento dos anseios coletivos.

Nelson Mandela certa vez enfatizou: “democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia”.  A mudança começa com o voto. Não desperdice esse poder soberano. Tenha cuidado com os demagogos nas esquinas e com as fake News nas redes. Faça a sua parte nestas eleições. Você também é responsável pela construção de municípios mais igualitários, sustentáveis e inclusivos. Resistir sempre, se abster da liberdade de escolha jamais. Juntos pela democracia verdadeira. “O governo do povo, pelo povo e para o povo”.

Por Romênia Mariani

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo