Anhanguera demite 1,5 mil professores, segundo Fepesp
A Anhanguera Educacional demitiu 1,552 mil professores neste fim de ano, segundo a Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), entidade que reúne 24 sindicatos da categoria. Esse volume representa cerca de 34% do corpo docente das faculdades da Anhanguera.
Ainda de acordo com a Fepesp, a maior concentração das demissões foi no Grande ABC paulista, onde o percentual de demissões em relação ao total de professores sobe para 40%. A entidade reuniu informações de 13 sindicatos de professores de São Paulo e não contabiliza as demissões de professores com menos de um ano de emprego, uma vez que esses profissionais realizam suas homologações junto à própria Anhanguera, conforme determina a legislação trabalhista. Com isso, o número de demitidos pode ser maior se for levado em consideração os professores com menos de um ano de trabalho, de acordo com a Fepesp.
No próximo dia 8, haverá uma audiência pública para discutir sobre as demissões da Anhanguera na Assembleia Legislativa de São Paulo. A audiência foi requerida pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL).
A Anhanguera Educacional esclareceu, por meio de nota, que o “desligamento de profissionais do corpo docente aconteceu em função do planejamento de carga horária deste semestre e faz parte de um movimento natural das instituições de ensino a cada encerramento de ciclo (semestre). A Anhanguera também reitera que realizou um grande ciclo de aquisições em 2011, com 12 instituições adquiridas, e que a atualização do corpo docente é necessária para adaptar os currículos das novas unidades ao padrão de qualidade dos cursos da Anhanguera. Neste ajuste, a Anhanguera reduziu o numero de professores temporários, mas também fará contratações de outros em regime integral.”
A Fepesp também está realizando uma pesquisa junto aos demitidos a fim de analisar se esses professores têm especialização ou são doutores.
A Anhanguera informou ainda que para “fortalecer a sua atuação na área de pesquisa científica, a Anhanguera criará, a partir de 2012, Núcleos de Pesquisa em oito grandes áreas do conhecimento, compostos por professores doutores e mestres com atuação em regime integral e foco na produção científica e na orientação de Trabalhos de Iniciação Científica dos alunos.”
As demissões de professores normalmente ocorrem a cada fim de semestre. Isso porque há um acordo coletivo da categoria com uma cláusula de garantia de salário no semestre.
Fonte: Valor Econômico