Anhanguera recupera valor na bolsa
Após um 2011 com muitos questionamentos do mercado e forte desvalorização das ações, a Anhanguera está recuperando as perdas. Ontem, dia da divulgação do balanço do primeiro trimestre, os papéis do grupo educacional fecharam em alta de 5,25% e neste ano já acumulam valorização de quase 35%.
Um dos fatores que agradaram ao mercado foi o anúncio de que a Anhanguera prevê para este ano uma geração de caixa de R$ 150 milhões, sendo que nos três primeiros meses já foram gerados R$ 50 milhões. Para efeito de comparação, no ano passado todo, esse valor foi de apenas R$ 19 milhões por causa das 12 aquisições realizadas pela companhia que demandaram R$ 900 milhões e mais R$ 75 milhões para despesas dessas compras, além de R$ 190 milhões destinados a investimentos operacionais.
Para este ano, a meta é fechar com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 330 milhões, aumento de 22% sobre o ano passado.
Além disso, a Anhanguera não incluiu neste trimestre despesas das aquisições como itens não recorrentes como já fez em balanços anteriores, que motivaram críticas de analistas de investimentos. “Ainda temos uma parcela pequena de despesas das aquisições. No primeiro trimestre, foram R$ 10 milhões que contabilizamos como despesas gerais e administrativas e custos”, explicou Ricardo Scavazza, presidente da Anhanguera. “Nos próximos trimestres, ainda haverá despesa das aquisições, mas são valores pouco representativos”, complementou.
Por outro lado, a Anhanguera comemora o número de novos alunos. Foram conquistados no trimestre 146 mil matrículas, o que representa um aumento de 46%. Com isso, o grupo conta agora com 445 mil alunos.
Neste ano, a Anhanguera prevê investimentos de R$ 100 milhões, ou seja, cerca de metade do montante aplicado em 2011. “Voltamos ao patamar normal de investimento. Neste ano, não faremos aquisições porque nosso foco é a geração de caixa”, disse Scavazza.
Neste primeiro trimestre, as margens ainda se mostraram apertadas, principalmente, por conta da Uniban, comprada em setembro por R$ 510 milhões. O lucro líquido da Anhanguera avançou 33,5% e atingiu R$ 62 milhões no trimestre. Porém, a margem do lucro sobre a receita líquida manteve-se estável, ficando na casa dos 15%. “Estamos melhorando nossas margens. No primeiro trimestre, a margem do lucro bruto para as faculdades adquiridas foi de 27,3%, aumento de 7,7 pontos percentuais em relação ao último trimestre. Nossa meta é que em quatro anos esse índice fique acima dos 50%”, disse.
A receita líquida saltou de R$ 305,6 milhões para R$ 417,7 milhões, alta de quase 37% entre os primeiros trimestres. Porém, levando-se em consideração o crescimento orgânico, a alta foi de 13%. O Ebitda fechou com aumento de 20%, atingindo R$ 109,4 milhões no primeiro trimestre.
Fonte: Valor Econômico