Ano letivo está ameaçado em 2 universidades de SP

Quatro tradicionais universidades de São Paulo, todas com mais de 40 anos, enfrentam problemas neste início de ano letivo. Pagamentos de professores estão atrasados e as aulas estão incertas em ao menos duas escolas.

As instituições em dificuldades são Unisant’Anna, São Marcos, Unib (Universidade Ibirapuera) e Unicastelo. Juntas, possuem 30 mil alunos.

O caso mais grave é o da São Marcos, despejada de seu campus principal. Até agora não há novo local para aulas.

Na Unisant’Anna, haverá paralisação e assembleia de professores na quinta-feira, para discutir os atrasos. As aulas começam hoje.

Analistas do setor afirmam que, além de problemas de gestão, as escolas sofrem com a falta de crescimento no número de novos alunos, o que acarreta forte concorrência entre as instituições.

SEM CAMPUS

A São Marcos foi despejada no final de 2011 do campus no Ipiranga por atraso de aluguel. O início das aulas já foi adiado, para a próxima segunda, mas os alunos não foram informados sobre onde serão as novas instalações.

“Já achamos que não vamos conseguir estudar neste semestre”, disse Fabiana Araújo, 28, aluna de psicologia. Ela conta que, além da indefinição sobre o campus, não consegue acesso a documentos para transferência.

“Fico revoltado, porque muitos dos alunos prejudicados são bolsistas do Prouni, e o governo não faz nada”, afirma Fabio Zambon, diretor do Sinpro (sindicato dos professores da rede privada).

“Os estudantes são iludidos, não recebem o ensino que prometem”, disse.

CONCORRÊNCIA

Diretor executivo do Semesp (sindicato das universidades privadas), Rodrigo Capelato diz que os problemas das escolas decorrem da recente desaceleração nas matrículas, que causou uma “guerra” por estudantes.

Nos últimos três anos, as matrículas cresceram menos de 10% no Estado. “As quatro universidades não conseguiram acompanhar o mercado, em que a regra passou a ser a guerra de preços”, diz.

“Elas possuíam estruturas pesadas, em geral com muitos professores, e não conseguiram baixar os preços.”

Capelato reconhece que, ao menos num primeiro momento, o setor perdeu qualidade, pois docentes com salários melhores foram demitidos para baixar mensalidades.

Agora, afirma ele, tem sido encontradas alternativas que até melhoram o ensino, como substituir diversos professores horistas por um com dedicação integral.

Situação será regularizada, dizem escolas

A Unisant’Anna e a Unicastelo informaram que já estão analisando formas para quitar os pagamentos atrasados.

Procurada há mais de duas semanas, a direção da São Marcos não retornou aos contatos feitos pela Folha.

Devido a atrasos trabalhistas, a Justiça nomeou uma espécie de interventor para a escola. Também já foi escolhida nova reitoria. A antiga direção tenta retomar o posto.

Comunicado do dia 16 de janeiro publicado no site diz que “a universidade está sendo reestruturada” e que espera comunicar “em breve” o local do novo campus.

A Universidade Ibirapuera não se pronunciou.

Sobre bolsistas do Prouni, o Ministério da Educação disse que eles podem pedir transferência a qualquer momento, e a escola não pode reter documentos.

Fonte: Folha de São Paulo

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Um Comentário

  1. Estou cursando o 4º semestre de MKT na instituição UNIB no Campos Irai-Moema e não estamos tendo aula as segundas e sextas-feiras porque não temos professores!!!

    Os professores do semestre passado a maioria foram demitidos por falta de pagamento.

    Os professores deste semestre estão tão desmostivados quanto os poucos alunos que estão dispostos a terminar o curso.

    A situação esta insustentavel, a qualidade das aulas e dos professores cairam muito, isso é inadmissivel, e a faculdade por sua vez não nos da nenhuma posição sobre nada.

    Atentamente Erika L. Lacerda.

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