Apelido do suposto hacker que teria invadido celular de Moro seria Vermelho
A ação da PF que buscou suspeitos em Araraquara (PF) foi determinada pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, o mesmo juiz que aceitou a acusação contra Lula na Zelotes e no caso da Odebrecht em Angola e que teria sido citado por Joesley em áudio com Temer
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (23), uma mega operação em cidades do interior paulista e na capital, sob sigilo, que teria como objetivo conseguir provas e deter suspeitos de, supostamente, terem invadido o celular de autoridades, como o do ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Em nota curta, a PF não deu detalhes sobre o teor da operação e nem mesmo citou o ex-juiz da Lava Jato, se limitando a dizer que cumpriu mandados de busca e apreensão, que 4 suspeitos foram detidos e que o objetivo da ação, batizada de Spoofing, era desarticular uma organização criminosa que praticava crimes cibernéticos.
Jornalistas de Araraquara, onde parte da operação foi executada e um dos suspeitos detidos, no entanto, apuraram que a determinação da polícia era apurar suposta invasão ao celular de Moro. Os repórteres desconfiam, contudo, que a ação seja uma “trapalhada” da PF ou mesmo um “espetáculo” criado para descredibilizar as conversas entre Moro e procuradores que vêm sendo divulgadas pelo The Intercept Brasil. Isso porque os dois supeitos da cidade que seriam alvo da PF são conhecidos como estelionatários e já teriam, inclusive, sido presos por tráfico de drogas.
Um deles, que foi detido, não teve o nome divulgado. O outro, que está foragido, também não teve a identidade revelada, mas Fórum apurou que se trata de V.D*, cujo apelido seria “Vermelho”. Fontes da cidade informaram à reportagem que ambos os supeitos não teriam “cacife” para articular uma suposta invasão ou falsificação de celular de autoridades.
A operação em Araraquara e outras cidades foi determinada pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney de Souza Oliveira, o mesmo juiz que aceitou a acusação contra Lula no caso Zelotes e no caso da Odebrecht em Angola, e que teria sido citado por Joesley Batista em áudio com Temer.
Prisão “forjada” de hacker já era prevista
Há pouco mais de uma semana, no dia 15 de julho, o editor do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, afirmou que fontes próximas informaram que a Polícia Federal estava planejando “forjar” a prisão de um hacker que confessaria que adulterou conversas, com o objetivo de criminalizar a série de reportagens Vaza Jato.
“Apesar da abundância de provas da autenticidade do material, publicadas pelos diferentes veículos, diversas fontes disseram ao Intercept ao longo dos últimos dias que a Polícia Federal, durante o afastamento do ministro Sergio Moro, está considerando realizar essa semana uma operação que teria como alvo um suposto ‘hacker’, que supostamente seria a fonte do arquivo. Esse suposto hacker seria estimulado a “confessar” ter enviado o material ao Intercept e que esse material teria sido adulterado”, explicou o site em editoral.
*Iniciais do suspeito conhecido como “Vermelho”