Apoiador de Bolsonaro usa faca e machado para matar eleitor de Lula, em Mato Grosso

Crime aconteceu no interior do Mato Grosso. Rafael, 25 anos, deu golpes de faca e machado em Bendito, 44 anos, durante discussão política

Durante uma discussão política, um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) matou, na noite de quarta-feira (7), um apoiador do ex-presidente Lula (PT) em uma chácara em Agrovila, zona rural de Confresa, cidade que fica a 1.160 km de Cuiabá, capital do Mato Grosso.

Bendito Cardoso dos Santos, de 44 anos, foi assassinado com 15 golpes de faca e um de machado por Rafael Silva de Oliveira, de 22 anos, segundo informações da Polícia Civil publicadas pelo G1.

Os dois trabalhavam juntos no corte de lenha em uma propriedade, segundo o delegado responsável pelo caso, Victor Oliveira, da Polícia Civil de Confressa.

O assassino foi preso em flagrante, mas teve a detenção convertida em preventiva, pelo juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, da 3ª Vara da Comarca de Porto Alegre do Norte.

‘A intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie’. Juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes

“Lado outro” prosseguiu o juiz em sua decisão de converter a prisão em preventiva, “verifica-se que a liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável”.

Isso não é polarização política, é ódio

É o segundo crime eleitoral do ano provocado pelo que, erroneamente, a mídia tradicional chama de polarização política, mas, que, na verdade, é consequência do estímulo ao ódio, como disse o ex-presidente Lula em entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo no dia 25 de agosto.

“O que é importante é que a gente não confunda polarização com estímulo ao ódio. Eu me dou muito bem com o PSDB, que foi meu principal adversário durante tanto tempo,” disse o petista.

‘Você tem divergência, você briga, você diverge, você tem divergência programática, mas você não é inimigo.’ Lula

“A polarização é saudável no mundo inteiro. Polarização tem nos Estados Unidos, tem na Alemanha, tem na França, tem na Noruega, tem na Finlândia, tem em tudo quanto é lugar”, concluiu o ex-presidente.

Em julho, o guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, pai de 4 filhos, militante do PT e dirigente do sindicato dos servidores municipais de Foz do Iguaçu (PR), foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, policial federal penitenciário.

Bolsonarista mata petista, pai de 4 filhos, em festa de 50 anos: ‘Aqui é Bolsonaro’ – CUT – Central Única dos Trabalhadores

Opinião divergente foi o que levou o defensor de Bolsonaro e matar um defensor de Lula no MT, segundo o delegado do caso, confundindo polarização com ódio

“O que levou ao crime foi a opinião política divergente. A vítima estava defendendo o Lula e o autor, defendendo o Bolsonaro”, disse o delegado ao G1.

Crueldade sem limites no MT

Segundo a Polícia Civil, Benedito deu um soco no rosto de Rafael e, em seguida, pegou uma faca. O autor do crime, então, partiu para cima da vítima e tomou para si a arma branca. Em seguida, a vítima teria corrido e o assassino o perseguiu e começou a golpeá-lo pelas costas.

Ainda segundo a versão do delegado, a vítima teria ficado caída no chão e o autor, aproveitado para acertá-la com golpes no olho, pescoço e testa. Depois, Rafael foi até um barracão pegar um machado, foi até Benedito, que ainda estava vivo, e o acertou no pescoço.

O autor escondeu as armas do crime e foi andando até a cidade de Confresa, chegou ao hospital e solicitou atendimento médico, pois estava com um corte na mão e outro na testa. Ele alegou que tinha sido vítima de uma tentativa de roubo.

O suspeito foi encaminhado para a delegacia para prestar depoimento e confessou o crime. O suspeito foi preso em flagrante por homicídio qualificado, por motivo fútil e motivo cruel e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.

Os policiais encontraram a faca e o machado e outros elementos que apontavam para o suspeito no local do crime.

CUT

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