Após Renan judicializar convenção, Tebet volta a dizer que mantém candidatura

Alvo de uma ofensiva judicial dentro do próprio partido, a senadora Simone Tebet (MDB) voltou a dizer que mantém a pré-candidatura à Presidência da República. A declaração foi dada após uma ala emedebista ligada ao senador Renan Calheiros (AL) ingressar com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para adiar a convenção do partido, marcada para quarta-feira, 27.

“Uma vez homologada, só eu posso tirar (a candidatura). Não há possibilidade de eu retirar a candidatura. Não represento só o meu partido, represento o PSDB, represento o Cidadania”, disse, em entrevista ao Central das Eleições da GloboNews.

A ação no TSE questiona o modelo de votação estabelecido para o evento e solicita que a Corte determine a publicação de edital com novas regras e outra data para a convenção. “A CONVENÇÃO NACIONAL ORDINÁRIA do MDB tem previsão de ser realizada por meio de sistema virtual. Escolheu-se, para viabilizar tal método, a plataforma denominada ZOOM. […] Ocorre, porém, e tal fato é notório, que a plataforma “ZOOM”, apesar de atender bem aos propósitos acima delineados, não é capaz de garantir o sigilo das informações por ela veiculadas, não sendo, pois, recomendada para garantir a lisura de votações dessa natureza”, diz trecho do pedido. A ação ainda pede que o resultado das convenções seja anulado, caso o evento aconteça antes de a liminar ser julgada.

A ofensiva judicial é capitaneada pela ala emedebista contrária à candidatura de Tebet, liderada por nomes como os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM). O grupo defende que o nome da senadora não é competitivo e articula o apoio da sigla ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeiro turno.

Tebet diz que orçamento secreto pode ser maior esquema de corrupção da história

Tebet disse que o orçamento secreto pode ser o maior esquema de corrupção do Brasil. Ela ainda afirmou ser a maior vítima deste mecanismo por considerar que perdeu a eleição para a presidência do Senado por causa da distribuição de verbas para beneficiar Rodrigo Pacheco (PSD-MG), candidato do governo à época e que foi eleito.

“O orçamento secreto, por ser secreto e não transparente e não vir um programa de planejamento programas metas e resultados, dá nisso: dá nesse esquema de corrupção”, afirmou na noite desta segunda-feira, 25, em entrevista ao Central das Eleições, da GloboNews.

Tebet ainda comparou as cifras de outros escândalos de corrupção, como o Mensalão, com valor de R$ 160 milhões, e do Petrolão, com pelo menos R$ 2,3 bilhões em um dos esquemas.

“Quanto nós estamos falando do orçamento secreto? Nós estamos falando só agora de algo em torno de R$ 44 bilhões, sendo R$ 28 bilhões já executado. Então nós podemos estar diante do maior esquema de corrupção da história da república brasileira”, observou.

Apesar das críticas, ela minimizou a responsabilidade do Congresso, ao salientar que a gestão do orçamento secreto fica nas mãos de dois parlamentares. “Não existe espaço vazio na política. O Congresso sequestrou esse orçamento e não é culpa do Congresso. É culpa de um governo que não sabe para onde vai e não sabe o que fazer com o dinheiro que tem.”

A senadora, no entanto, defendeu as chamadas emendas positivas, em que cada parlamentar tem o mesmo montante para distribuição, com execução obrigatória por parte do governo. “Eu não sou contra as emendas impositivas, emendas individuais, em valor modesto e equilibrado ajuda o próprio executivo a distribuir recursos onde mais precisa. Mas é preciso ser transparente.”

Estadão

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