Após reunião com presidente da Câmara, Vagner Freitas afirma que a única saída é a greve nacional

Marize Muniz

Em resposta à exigência feita por representantes da CUT e demais centrais sindicais nesta quarta-feira, 29, para que retirasse da pauta o projeto de reforma da Previdência, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que só dará uma resposta amanhã. Para os sindicalistas, Maia quer apenas ganhar tempo enquanto conta os votos para ver se consegue aprovar o fim da aposentadoria ainda este ano.

Em coletiva realizada após a audiência, o presidente da CUT, Vagner Freitas, defende que a única resposta que os trabalhadores e as trabalhadoras podem dar neste momento é a mobilização. “Vamos fazer uma ampla greve nacional no dia 5, vamos ocupar as ruas, cruzar os braços, fazer assembleia, deixar bem claro para os deputados que não vamos aceitar de forma alguma o fim de nossas aposentadorias”.

Para Vagner, argumentos e motivos para o povo ir às ruas não faltam. Prova disso é que essa “proposta é rejeitada pela maioria dos brasileiros que já entenderam perfeitamente que o objetivo do governo Temer é acabar com a aposentadoria pública no Brasil”.

Várias pesquisas já demonstraram que os brasileiros são contra esse desmonte da aposentadoria, entre elas, a rodada da CUT-Vox Populi realizada no fim de outubro, em que apontou um total de 85% dos entrevistados contrários à reforma da Previdência, e outros 71% acreditam que, se a nova proposta de Temer for aprovada, não vão conseguir se aposentar.

Segundo Vagner, só um governo ilegítimo e golpista, sem votos, como o de Temer, pode apresentar tantas propostas de retirada de direitos sociais e trabalhistas às vésperas de eleições presidenciais. Para ele, temas como a sustentação da Previdência devem ser debatidos por um governo eleito de forma legítima e democrática.

“Discutir esse tema agora, é golpe!”, disse Vagner, que completou: “até porque, não é reforma, é a extinção do direito dos trabalhadores e das trabalhadoras de se aposentarem”.

“A saída é a mobilização, é a greve, o melhor instrumento que os trabalhadores e as trabalhadoras podem usar para inibir a votação do fim da aposentadoria”, disse Vagner.

“A gente percebe o medo que os deputados têm de aprovar uma medida como essa e não ser reeleito em 2018. A CUT construiu esse consenso de que quem aprova a reforma da Previdência é um traidor da classe trabalhadora”, concluiu o presidente da CUT.

CUT

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