Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, uma reflexão sobre o papel das entidades educacionais nesta luta
No próximo domingo, dia 8 de março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Mas, muito mais que um dia de comemoração, esse é um dia de luta: no combate à violência e à discriminação, na defesa da igualdade de gênero, na construção de um mundo mais justo, igualitário e fraterno. E, para isso, a educação tem papel essencial.
É por isso que, às vésperas do 8 de março, o Portal da Contee traz hoje (6) alguns exemplos de como essa data é significativa nas pautas das entidades educacionais, no Brasil e no mundo. A Internacional da Educação (IE), por exemplo, à qual a Contee é filiada, enviou mensagem a todas as suas entidades lembrando que, em 2015, comemora-se o 20º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim (http://www.unwomen.org/~/media/headquarters/attachments/sections/csw/bpa_s_
final_web.pdf). Como destaca a IE, trata-se do documento mais avançado sobre direitos e empoderamento da mulher firmado por líderes mundiais.
A IE destaca que alguns avanços foram conquistados. “Nos últimos 20 anos, se reduziu a brecha de gênero na educação em nível mundial e certos países têm atingido a paridade na escolarização; o número de mulheres mortas em consequência da gravidez e do parto diminuiu pela metade e as mulheres ocupam agora mais de 30% das cadeiras nos parlamentos nacionais de 46 países, ao menos em uma das Casas Legislativas”, considera a IE. “Mas ainda resta um longo caminho a percorrer; o avanço para pôr em prática a Plataforma de Ação de Pequim tem sido lento e desigual.”
Diante disso, e da avaliação tanto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio quanto de uma educação para todos (a qual mostra, por exemplo, que, dos 781 milhões de adultos e 126 milhões de jovens de mundo que carecem de habilidades básicas de escrita e leitura, 60% são mulheres e meninas, e que o trabalho de mulheres pobres, em situação precária, aporta na economia mundial 9 bilhões de solares por ano), a IE convoca as entidades nacionais a renovarem seus esforços nessa batalha. “Empoderando mulheres e meninas, empoderamos toda a humanidade”.
Comemorações e reflexões nas entidades filiadas à Contee
A importância do 8 de março e das reflexões que a data suscita é sempre lembrar para a Contee e para suas entidades filiadas. “Levamos temas importantes para as mulheres, como também para a igualdade de direitos”, afirma a secretária-geral da Fitrae-BC, Márcia Cristina Mendonça. “Trabalhamos a propagação e o entendimento de direitos específicos para as mulheres e conquistamos espaços nos sindicatos.”
Por isso, algumas atividades já foram ou serão realizadas para marcar o Dia Internacional da Mulher. No último dia 2, por exemplo, o Sinpro-SP promoveu uma palestra com Tatau Godinho, da Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal, que ainda concedeu uma entrevista sobre a ampliação da participação da mulher no mercado de trabalho. Já o Sinpro Campinas e Região, em parceria com a União Brasileira de Mulheres (UBM), realiza, no próximo dia 14, o Seminário Educação e Relações de Gênero: um Debate Contemporâneo, que terá a presença de Letícia Cortellazi Garcia, coordenadora-geral de Educação e Cultura da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, vinculada à Presidência da República.
Outro evento já praticamente tradicional é o Café com Mulheres idealizado anualmente pelo Sinpaaet. “O Sinpaaet não tem uma Secretaria da Mulher, entretanto, realizamos atividades específicas para as mulheres durante o ano, tais como o Café com Mulheres (está na quarta edição), o Seminário da Mulher Trabalhadora Tubaronense (este desenvolvido com sindicatos parceiros de Tubarão) e a Campanha do Outubro Rosa”, ressalta a presidenta da entidade e diretora da Plena da Contee, Gisele Vargas. Segundo ela, a maior dificuldade encontrada é a participação das mulheres na vida político-sindical. “Desde que lançamos o I Café com Mulheres, o engajamento das mulheres nos eventos do Sinpaaet tem aumentado, mas ainda é muito pouco tendo em vista que mais de 60% da nossa categoria são mulheres”, pondera. Apesar disso, a solidificação dos eventos ao longo dos anos é uma importante conquista. “Os eventos têm se solidificado a cada ano. As mulheres esperam pelo Café e pelo Seminário.”
Além de debates e reflexões, o 8 de março também é um dia de festa. É o que acontecerá, por exemplo, no Sinpro Goiás, através de sua Secretaria de Gênero e Etnia. O evento acontecerá amanhã (7), a partir das 10h30, no Clube do Sinpro. Além de espetinhos variados, arroz, feijão tropeiro, mandioca, salada tropical, de bacalhau, de massas, sorvete de sobremesa e bebidas. A festa da mulher terá também, som ao vivo, atividades recreativas e sorteio de brindes. Também em Goiás, no município de Anápolis, o Sinpror oferecerá, no dia 14 de março, uma feijoada em homenagem às mulheres da categoria, com música ao vivo, oficina de vinhos, massagem relaxante e limpeza de pele.
De qualquer maneira, em debates ou momentos de descontração, o importante é a renovação das energias para a luta, que é não só de todas, mas de todos.
Leia a entrevista completa com a diretora da Fitrae-BC, Márcia Cristina Mendonça
*Agradecemos às diretoras Gisele Vargas e Márcia Cristina Mendonça pelo atendimento aos questionamentos da Contee acerca da luta pela igualdade de gênero nas entidades
Da redação