Associação de professores afirma que demissões da PUC Goiás foram “sorrateiras”
Entidade destaca fragilidade de contratos dos professores demitidos, oriundos de um concurso do último ano, e sinaliza para “assédio moral”
A Associação de Professores da Universidade Católica de Goiás (Apuc) emitiu, nesta quarta-feira (5/8) nota de repúdio às demissões de 14 docentes da instituição. No comunicado, a entidade fala que o corte no quadro de funcionários foi feito de forma “sorrateira”. Em outro trecho do texto, a Apuc defende que a medida abre espaço para assédio moral dentro da PUC Goiás.
A entidade lembra, ainda, que as demissões ocorreram em início de semestre, impossibilitando que os profissionais seguissem à procura de um novo emprego. “Por que as demissões ocorreram de forma sorrateira e no início do semestre? Os professores estavam com a carga-horária definida na PUC Goiás e, neste período, dificilmente haverá oportunidade de realocação no mercado de trabalho pelo fato das instituições de ensino iniciarem as aulas com o quadro docente completo”, diz a nota.
De acordo com a Apuc, todos os 14 professores foram contratados por meio de um concurso realizado em 2014, o qual a entidade define como “o mais frágil firmado pela instituição”. Segundo especulações, a relação contratual permitiria as demissões desses profissionais a qualquer momento.
“A demissão dos professores foi orientada diretamente pelos coordenadores, em conformidade com este tipo de contrato que, para além das questões trabalhistas, possibilita o agravamento das relações interpessoais abrindo espaço para a prática de assédio moral e para a piora do clima organizacional”, explica a associação.
Para a Apuc, as demissões são reflexo da “precarização das condições de trabalho na universidade”, além da suposta fragilidade contratual oriunda do concurso do último ano.
“Onde está a ética que deveria reger as relações de trabalho dentro de uma instituição católica cujos princípios básicos deveriam ser a valorização da vida e da dignidade humana? Aos demitidos não foi dada sequer uma explicação do motivo da demissão, tampouco o direito de ampla defesa”, conclui a nota.
A Pontifícia Universidade Católica de Goiás ainda não se manifestou oficialmente a respeito das demissões.