Ato político reafirma compromisso com luta pela reforma agrária
Dezenas de dirigentes e militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de outras organizações de movimentos sociais, juntamente com parlamentares de partidos de esquerda, debateram, na última quarta-feira (5), na Câmara dos Deputados, os avanços e os desafios ligados à reforma agrária no País. O ato comemorou os 30 anos do MST e serviu como base de lançamento do 6º Congresso Nacional do movimento, que ocorrerá de 10 a 14 de fevereiro, em Brasília.
Os dirigentes do MST convocaram a todos para reforçar a luta pela terra, lembrando que a reforma agrária não depende apenas de quem vive no campo.
A iniciativa da homenagem foi dos deputados Valmir Assunção (PT-BA) e Marcon (PT-RS) e reuniu, na mesa de exposições, pela coordenação do MST, Alexandre Conceição e Cristina Vargas, que falaram sobre os desafios do Movimento na luta pela terra.
Alexandre convocou a todos para reforçar a luta pela terra, lembrando que a reforma agrária não depende apenas de quem vive no campo, mas dos estudantes, de parlamentares comprometidos e de toda sociedade para que ela se efetive massivamente.
Além do detalhamento da programação de atividades do 6° Congresso, os militantes destacaram que o novo programa agrário, que parte do enfrentamento ao latifúndio, com desapropriação de terras e criação de assentamentos, avança na direção da produção de alimentos sob a matriz agroecológica, sem venenos; do aumento de renda das famílias e na alteração global do cenário em que as famílias camponesas vivem, para que elas tenham dignidade para viver no campo.
Homenagens
Além das homenagens aos 30 anos de trajetória de lutas e conquistas do MST, também foi lembrada a passagem dos cinco anos da morte do deputado Adão Pretto (PT-RS), que foi o primeiro deputado Sem Terra e uma referência dos movimentos sociais, coerente com os princípios socialistas, sempre na linha de frente na defesa da justiça social e da luta pela terra.
Diversos deputados se sucederam nas falas ressaltando o valor destes 30 anos de luta do MST, entre os quais lideranças de partidos como Vicentinho (PT) e Ivan Valente (PSOL). “A Comissão de Agricultura é a comissão da perversidade, porque sua grande maioria é composta de fazendeiros e seus aliados. Ali encontramos muita dificuldade na aprovação de qualquer projeto na defesa do campo”, alertou o novo líder do PT na Câmara.
Vicentinho ressaltou ainda que a vinda de dezenas de companheiros para o ato demonstra que os Sem Terra têm parceiros em defesa da Reforma Agrária.
Nas palavras de Ivan Valente, “o MST continua sendo o grande exemplo de luta da classe trabalhadora brasileira”, com papel crucial para alterar os rumos do processo de “reprimarização” do país.
Ainda durante o ato de lançamento do 6° Congresso, parlamentares e público presente assistiram a uma intervenção artístico-cultural realizada por um grupo do MST, que, com muita animação popular, chamou atenção para os pilares arcaicos da sociedade brasileira, como a justiça conservadora, o latifúndio e sua miséria, a polícia violenta e os meios de comunicação hegemônicos.
Do Portal Vermelho