Boca de urna dá vitória histórica à esquerda na França

Eleição com maior participação em décadas coloca a Nova Frente Popular com maioria relativa na nova Assembleia Nacional. Extrema direita deve ser apenas a terceira maior força

No fechamento das urnas do segundo turno das eleições legislativas na França, neste domingo (7), a pesquisa de boca de urna aponta para uma vitória histórica da coligação de esquerda, a Nova Frente Popular (NFP, na sigla em francês). De acordo com as estimativas, a NFP terá entre 172 e 192 assentos na nova Assembleia Nacional.

Caso o resultado seja confirmado, a Nova Frente Popular terá uma maioria relativa, caso não haja acordo entre a coligação do presidente Emmanuel Macron, o Juntos, e o conjunto de siglas de esquerda. Apesar de ter liderado as pesquisas de intenção de voto desde o início da campanha eleitoral, a extrema direita pode ficar com apenas a terceira maior bancada do parlamento, entre 132 e 152 assentos. O Reunião Nacional, partido de Marine Le Pen, deve ficar atrás até mesmo do Juntos, que é apontado pela boca de urna como a segunda maior bancada, entre 150 e 170 lugares.

Apesar de ter liderado as pesquisas de intenção de voto desde o início da campanha eleitoral, a extrema direita pode ficar com apenas a terceira maior bancada do parlamento, entre 132 e 152 assentos. O Reunião Nacional, partido de Marine Le Pen, deve ficar atrás até mesmo do Juntos, que é apontado pela boca de urna como a segunda maior bancada, entre 150 e 170 lugares.

“Nesta noite, o Reunião Nacional está longe de obter a maioria absoluta como os comentaristas nos predisseram há uma semana”, discursou Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa (LFI, na sigla em francês), principal partido da Nova Frente Popular (NFP).

Para o líder da LFI, “a Nova Frente Popular está pronta para governar. É a única alternativa construída, coerente, unida, dotada de um programa organizado e orçamentado”.

Para Mélenchon, o resultado deste domingo representa uma derrota do presidente Macron que deve chamar a NFP para governar o país.

“A derrota do presidente da República e da sua coligação está claramente confirmada. O presidente deve se curvar e admitir esta derrota sem tentar contorná-la de forma alguma”, sublinhou Jean-Luc Mélenchon.

Em uma estratégia desastrada para seu grupo político, o presidente Emmanuel Macron dissolveu a Assembleia Nacional no início de junho após uma vitória retumbante da extrema direita nas eleições para o parlamento europeu.

Apesar do resultado ter sido um dos maiores avanços da extrema-direita dentro do bloco europeu, as eleições para Bruxelas são conhecidas por ter baixa participação e não representar a totalidade dos anseios da população. Ainda assim, Macron declarou que eram “tempos para esclarecimentos”.

Logo após a publicação das pesquisas de boca de urna, o primeiro-ministro Gabriel Attal, do partido Renascimento, que integra o Juntos, afirmou que irá renunciar ao cargo na manhã desta segunda (8).

“Apresentarei a minha demissão ao presidente da República amanhã de manhã”, adiantou, o aliado de Macron. “Nunca irei aceitar que milhões dos nossos cidadãos optem por votar nos extremos. Aos franceses digo: respeito cada um de vocês. Algumas vidas são mais difíceis do que outras e são essas vidas que devemos melhorar. Onde quer que eu esteja, estarei sempre disposto a atingir esse objetivo”, afirmou Attal.

Por Lucas Toth

Do Vermelho

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