Brasil com Temer: aumento da pobreza, desemprego, desigualdade e informalidade

Indicadores Sociais divulgados nesta sexta (15) pelo IBGE apontam que, entre os 10% da população de menor rendimento, 78,5% eram pretos ou pardos

A Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta sexta-feira (15) pelo IBGE, traz um retrato da piora da situação do país em 2016, com aumento da pobreza, do desemprego, da informalidade e da desigualdade. Por exemplo, segundo o instituto, entre os 10% da população de menor rendimento, 78,5% eram pretos ou pardos (classificação usada pelo IBGE). Na outra ponta, entre os 10% com maior rendimento, eles representavam apenas 24,8%.

A pesquisa traz um estudo sobre a chamada linha de pobreza, considerando que o país não tem um indicador oficial sobre tema. Mas, com base em um limite feito pelo Banco Mundial, “um quarto da população brasileira vive com renda de até 5,5 dólares por dia (R$ 387 por mês), incluindo 42,4% das crianças e adolescentes de até 14 anos do país”.

O índice de Gini foi de 0,525 em 2016. Quanto mais perto de zero, maior a igualdade. E os 10% com maior rendimento concentravam 3,4 vezes mais do que os 40% com menor rendimento.

No mercado de trabalho, o emprego com carteira atingiu, em 2016, o menor nível da série. Os empregados com vínculo formal representam 49,8% dos ocupados, ante 50,7% em 2012. Já o de empregados sem carteira, que caía até 2015, aumentou para 18,5%. E o de trabalhadores por conta própria também cresceu, para 24,7%.

Pretos e pardos eram maioria (62,6%) entre os desempregados, embora representem só 54% da população em idade ativa. O total de ocupados no Brasil cresceu 3,3% de 2012 a 2014 e caiu 1% nos dois anos seguintes.

A população ocupada que contribuiu para a Previdência Social cresceu de 2012 (52,4 milhões) até 2014 (56,2 milhões), ficou estável em 2015 (56,5 milhões) e caiu no ano passado (para 55,5 milhões). Os trabalhadores eram 61,2% do total e os informais, 38,8%. “Pela definição da OIT, o trabalho formal inclui empregados e trabalhadores domésticos com carteira de trabalho assinada e militares ou funcionários públicos estatutários, além de trabalhadores por conta própria e empregadores que contribuíam para a previdência social”, diz o IBGE, citando a Organização Internacional do Trabalho.
Os brancos tinham maior participação no trabalho formal: 68,6%, ante 54,6% de pretos e pardos. No trabalho sem carteira, a proporção desse segundo grupo era maior (21,8%) do que a do primeiro (14,7%). Mulheres em trabalhos formais ganhavam 76% do rendimento dos homens, ante 73% em 2012.

O SIS mostra que os jovens (de 16 a 29 anos) foram os mais atingidos pela crise. Esse grupo teve a maior queda na ocupação de 2012 para 2016. A taxa de desemprego foi a 18,9% entre os homens e a 24% para as mulheres. Mais da metade dos desempregados (54,9%) pertencia a essa faixa etária. Eles também tiveram queda (-1,5%) no rendimento.

Segundo o IBGE, os chamados “nem nem”, jovens que não trabalhavam e nem estudavam, cresceu para 25,8% em 2016. A maior incidência (38,4%) foi entre jovens com o ensino fundamental incompleto ou equivalente. E era maior entre pretos e partos (29,1%) do que entre brancos (21,2%), subindo para 37,6% no caso de mulheres pretas ou pardas. Quase 40% (39,6%) começaram a trabalhar antes dos 15 anos.

CUT

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