Brasil perde 328 mil vagas em dezembro e encerra 2017 negativo
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) revelam que, em 2017, Brasil demitiu mais do que contratou. Em dezembro, o saldo de emprego formal ficou negativo em 328.539 vagas.
Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, “o resultado negativo é fruto de um projeto que não pensa o Brasil para os brasileiros. Além disso, comprova que a alardeada e perversa reforma trabalhista não gerará nenhum posto de trabalho, antes disso, ampliará a precarização”.
E emendou: “A gestão ilegítima de Temer lidera uma brutal escalada de ataques a direitos. Uma agenda regressiva que, ao contrário do que é pregado pela mídia converadora, não apresenta saídas para o quadro alarmante de desemprego que vive o Brasil hoje. No qual milhões de brasileiros e brasileiras estão condenados ao desemprego ou a condições de subemprego”.
Trabalho precário
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD Contínua do IBGE), o Brasil perde, em média, desde 2014, um milhão de postos com carteira assinada por ano. Com a formalização de formas precárias de contratação pela reforma trabalhista, Temer desestruturou o mercado. É a opinião de José Dari Krein, professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit).
“A pejotização e o trabalho intermitente devem avançar, sobretudo, sobre o emprego formal”, avaliou o economista da Unicamp. Clemente Ganz lembrou que a reforma trabalhista chegou para pôr fim ao emprego formal definido pela antiga CLT.
A nova lei que alterou mais de 100 pontos da legislação trabalhista legitima uma lógica de precariedade e informalidade.
Reforma Trabalhista não gerará emprego
Um dos grandes argumentos da gestão Temer para ganhar o debate da Reforma Trabalhista era que ela geraria mais empregos. A experiência de países na Europa mostra que isso não é verdade. “Na Espanha, por exemplo, a reforma teve como consequência um dos mais altos índices de desemprego (26%), além da elevação para 34% de empregos temporários”, externou Adilson.