Câmara de SP estuda pagamento extra a professores de áreas violentas
Violência nas escolas públicas de São Paulo motivou projeto. Ideia é pagar 30% a mais a quem leciona em regiões mais violentas.
A violência contra professores nas escolas públicas de São Paulo levou a Câmara Municipal da capital paulista a estudar um projeto que prevê o pagamento de um adicional para quem lecionar nas regiões mais violentas. A ideia é que quem leciona em áreas com altos índices de violência passaria a ganhar um adicional de periculosidade de 30% sobre o salário, informou o Bom Dia Brasil nesta sexta-feira (23).
A violência e a intimidação de professores é rotina nas escolas, segundo palavra deles próprios. Uma professora do ABC conheceu essa realidade. No ano passado, ela passou um mês e meio com a mão esquerda engessada depois de ser agredida por um aluno de 11 anos. “Foi bem constrangedor, eu fiquei bem mal, tive síndrome do pânico, pensei em desistir da carreira, foi bem complicado”, afirmou.
Em uma pesquisa feita em 167 cidades paulistas pelo sindicato da categoria, 40% disseram já ter sofrido algum tipo de agressão verbal ou física no ambiente escolar. O número de professores agredidos pode chegar a quase 71 mil entre os 162 mil da rede estadual.
Especialistas e autoridades tentam achar saídas para motivar a categoria. Algumas iniciativas são polêmicas, como este projeto de lei em discussão na Câmara que pretende igualar a atividade dos professores à dos profissionais que correm riscos, como policiais.
O presidente do sindicato dos profissionais de ensino do município diz que a categoria precisa ganhar melhor e ser mais valorizada, mas não dessa forma. “Trabalhar como professor não é periculoso. Há uma atividade de risco? Então, nós precisamos ter políticas públicas que eliminem o fator de insegurança, de indisciplina, de violência no entorno da escola ou dentro dela”, opina Cláudio Fonseca.
Do G1
