Campanha assina Carta Internacional do Centenário de Paulo Freire
Documento firma compromisso com a educação popular como fortalecedora da educação pública de qualidade
A Campanha assina Carta do Centenário de Paulo Freire que ressalta a importância do compromisso com a educação popular como fortalecedora da educação pública de qualidade.
Aprovada em plenária do Encontro Internacional “Educação Popular e Cidadania: Experiências e Desafios”, realizada em outubro, o documento diz que as entidades e movimentos signatários assumem compromisso para “que a Educação Popular impulsione e revolucione uma Escola Pública, que ao longo desses últimos 50 anos caminhou nos países periféricos em direção à universalização, mas também em direção a um ensino pobre, homogeneizador, voltado para adestrar e disciplinar os filhos da classe trabalhadora. Para que a Educação Popular absorva, elabore e se projete na luta pela justiça ambiental e por um tratamento integrado e integrador, holístico, da crise ambiental e das mudanças climáticas. Para que a Educação Popular fortaleça e se enriqueça a partir das experiências de agroecologia e contribua para o avanço das lutas pela reforma agrária. Para que apreendamos e aprendamos com novas modalidades de associativismo, cooperativismo e economia popular e solidária.”
A Campanha foi representada internacionalmente no encontro por Maria Teresa Avance, educadora e ativista membro do Comitê Rio da Rede da Campanha. Avance participou da Comissão Organizadora.
“Foi uma experiência interessantíssima e as experiências maravilhosas, apresentadas em três mesas que coordenei. Muitas mesas e plenárias foram gravadas e ficarão no site do Encontro, assim como no YouTube. A ideia é dar continuidade pelo CEAAL (Campanha Latino-Americana e Caribenha em Defesa do Legado de Paulo Freire)”, afirma Avance.
CONHEÇA AS ATIVIDADES DA CAMPANHA REALIZADAS DURANTE O CENTENÁRIO DE PAULO FREIRE
Abaixo, leia manifestação de Maria Teresa Avance sobre a sua participação no Encontro Internacional “Educação Popular e Cidadania: Experiências e Desafios”.
Desde 2019 a Universidade da Cidadania e o Colégio Brasileiro de Altos Estudos, ambos participantes do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro convidou diferentes movimentos e militantes da Educação para, juntos, pensarmos um grande encontro que celebrasse o mestre Paulo Freire, no ano de seu centenário.
A ideia inicial era que o encontro “propiciasse o intercâmbio de experiências, pesquisas e reflexões que tivessem como foco a Educação Popular e deveria acontecer em julho do ano passado. A pandemia mudou os rumos dessa estória. Éramos mais de 60 pessoas e instituições na Comissão Organizadora, entre elas a Campanha, que tive a honra de representar. Assim, a partir dessas mobilizações nos propusemos a realizar os Diálogos em Educação Popular, onde as instituições envolvidas na organização do Encontro puderam apresentar suas experiências em Educação Popular. Foram 15 Mesas de diálogos, entre julho e novembro de 2020. Ali já se iniciava a programação do evento que culminou em quatro encontros nos meses de agosto e outubro deste ano. Pude participar de três mesas ricas de experiências em Educação Popular em todo o país. Tivemos mais de 500 inscrições e centenas de experiências, desde as gestadas em pequenas comunidades a partir dos movimentos sociais, àquelas oriundas de grupos de pesquisa e extensão universitárias, em cada canto do país e em muitos países de nossa América Latina.
Em sua plenária final aprovamos a “Carta do centenário de Paulo Freire – Declaração Final”, onde assumimos o compromisso de “que a Educação Popular impulsione e revolucione uma Escola Pública que, ao longo desses últimos 50 anos, caminhou nos países periféricos em direção à universalização, mas também em direção a um ensino pobre, homogeneizador, voltado para adestrar e disciplinar os filhos da classe trabalhadora. Para que a Educação Popular absorva, elabore e se projete na luta pela justiça ambiental e por um tratamento integrado e integrador, holístico, da crise ambiental e das mudanças climáticas. Para que a Educação Popular fortaleça e se enriqueça a partir das experiências de agroecologia e contribua para o avanço das lutas pela reforma agrária. Para que apreendamos e aprendamos com novas modalidades de associativismo, cooperativismo e economia popular e solidária.”