Carnaval: na rua e na luta
O Programa Extra-Classe, do Sinpro Minas, que vai ao ar neste sábado (25), às 10h, na Rede Minas, coloca em destaque um carnaval de luta que ocupa as ruas da cidade com muitas cores, ritmos e bandeiras. O programa mostra como, ao som dos tamborins e com forte tonalidade política, vários blocos promovem ensaios e desfiles que repensam o uso da cidade e seus dilemas. Uma manifestação da cultura popular que reivindica um mundo mais justo e diverso.
Essa coloração política não e restrita a Belo Horizonte. Basta ver a letra do enredo do bloco Tô no Vermelho, de Juiz de Fora, também em Minas Gerais:
“Agora, minha gente,
é proibido aposentar
Quá quá quá… quá quá quá
(Só rindo pra não chorar)”
Foi com esse refrão, irreverente, mas bastante crítico, que o Vermelho tomou as ruas juiz-foranas na última segunda-feira (20), atraindo mais de 300 foliões em seu samba-protesto contra a reforma da Previdência. O enredo — “Tô no Vermelho de bengala na avenida, pois aposentar parece coisa proibida — é de autoria de diretora da Plena da Contee, Cristina Castro, e mostrou que a mobilização é mais do que possível também na época de folia.
Aliás, no mesmo município mineiro, o tradicional do Bloco do Mestre, do Sinpro-JF, também fez sua festa e sua crítica. O enredo do bloco, que completa 18 anos em 2017, fez homenagem aos centenários da Revolução Russa, da Greve Geral e do primeiro samba gravado. Já em Maceió, o Sinpro-AL saiu às ruas com samba e marcha no pé e estandarte do Sinpro Folia na mão: “Somos professores com orgulho e exigimos respeito”.
Assista ao vídeo:
É claro que o carnaval de rua e de luta não é prerrogativa apenas dos mineiros e alagoanos. No Rio Grande do Sul, o Sinpro/Caxias é outro que está promovendo a participação no carnaval deste ano para divulgar o posicionamento contrário à reforma da Previdência. O bloco “Não é Reforma, é o FIM!”, sairá junto ao Bloco da Velha, no domingo à tarde, 26 de fevereiro. Segundo a assessoria do sindicato, o Bloco da Velha é tradicional na cidade, está na sétima edição e no ano passado reuniu mais de 20 mil foliões.
O Sinpro/Caxias desenvolveu uma camiseta para identificar os docentes que participarão da folia e está divulgando nas rádios locais uma marchinha carnavalesca, paródia da música “Jardineira”, de Orlando Silva:
“Ó professor por que estás tão triste?
Mas o que foi que te aconteceu?
Fora Temer que num ato falho
Quer uma reforma – Aposentar? Nem eu!”
Sindicatos que representam professores de outras redes de ensino, além de técnicos e administrativos, devem potencializar o bloco. Depois do Carnaval, o Sinpro/Caxias segue com ações no tema “Não é Reforma, é o FIM!”. O sindicato utilizará veiculações na mídia, marketing de guerrilha, folheteria e interação nas redes sociais. Além disso, buscará a sensibilização dos políticos da cidade para o voto contrário. A mobilização tem seu ápice no dia 15 de março, quando os professores serão convocados a usar a cor preta e se manifestar contra a reforma da Previdência.
Com informações do Sinpro Minas, Sinpro-JF, Sinpro-AL e Sinpro/Caxias