Causa palestina recebe amplo apoio na ONU

O fim da ocupação israelense, da construção de novos assentamentos judeus na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e o direito à autodeterminação da Palestina como Estado independente receberam amplo apoio nas Nações Unidas.

Nas últimas segunda (24) e terça-feira (25), a Assembleia Geral da ONU debateu a questão palestina, em razão do marco das atividades pelo Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, que desde 1977 se comemora todo dia 29 de novembro.

O Movimento de Países Não Alinhados (Mnoal), a Liga Árabe, a União Europeia (UE) e nações dos cinco continentes exigem também o levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza e a recuperação desse território devastado por 50 dias de bombardeios israelenses, em julho e agosto deste ano.

Também pediram que se evite ações que aprofundem o conflito, principalmente na dimensão religiosa, a partir da escalada de violência das últimas semanas em Jerusalém (Al-Quds para os muçulmanos).

O ataque por colonos judeus a mesquita Al Aqsa, um dos três lugares mais sagrados do Islã, gerou confrontos em Jerusalém, com saldo de mortos e feridos para ambas as partes.

A plenária dos 193 membros da ONU ouviu também a suplica para que Tel Aviv respeite o princípio da proporcionalidade no exercício de seu legítimo direito à segurança.

As duas jornadas de debates reafirmaram o interesse da comunidade internacional em alcançar negociações que levem, de uma vez por todas, à tão desejada solução dos dois estados, um palestino e outro israelense, convivendo em paz com as fronteiras anteriores à ocupação de 1967.

O consenso predominante é que essa é uma saída digna à questão dos refugiados e um status mutuamente aceito para Jerusalém.

Em seu discurso perante a Assembleia Geral, o embaixador da Palestina na ONU, Riyad Mansour, agradeceu o apoio global às causas desse povo árabe.

Além disso, denunciou que a intransigência, a má fé e as ações destrutivas de Israel afastam de maneira significativa as possibilidades de chegar a paz e a solução dos dois estados.

De acordo com o diplomata, há muitos exemplos dessa postura, entre eles a recente agressão a Gaza, quando morreram quase 2.200 pessoas, a maioria civis, incluindo mais de 500 crianças, e ficou destruída a infraestrutura do território habitado por 1,8 milhões de pessoas.

“Teria que acrescentar o impulso à colonização, os persistentes castigos coletivos, a repressão, as provocações em lugares sagrados, os deslocamentos forçados pela demolição de moradias e o empenho para alterar a demografia, a identidade e o status de Jerusalém”, advertiu.

Mansour instou todos os países e o Conselho de Segurança da ONU a atuar para evitar consequências imprevisíveis. Nesse sentido, pediu ao Conselho que assuma sua responsabilidade e estabeleça uma data para o fim da ocupação e para a criação dos dois estados.

Por sua vez, o embaixador de Israel, Ron Prosor, qualificou a comunidade internacional como hipócrita e acusou-os de estarem contra Tel Aviv. Prosor falou especialmente em relação a União Europeia (UE), porque crescem os governos e parlamentos dispostos a reconhecer o Estado palestino, assim como já aconteceu com a Suécia.

Os Estados Unidos, também através de sua representante permanente, Samantha Power, acusou a Assembleia Geral de ser parcial em detrimento dos interesses israelenses.

No entanto, Power não teve como apoiar a política de expansão dos assentamentos ilegais na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, que qualificou como prejudicial para a paz.

Apesar destas críticas à colonização por Tel Aviv dos territórios ocupados, Washington, com seu poder de veto no Conselho de Segurança, continua sendo considerado o principal protetor de Israel e um obstáculo nas aspirações palestinas de participar da ONU como membro pleno.

Da Prensa Latina, reproduzido pelo Portal Vermelho

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