Cem mil é só o começo: Golpistas não passarão

No dia 26 de junho de 1968, cerca de 100 mil pessoas ocuparam as ruas do centro do Rio de Janeiro e realizaram o mais importante protesto contra a ditadura militar até então, mostrando a insatisfação crescente com o governo. Ontem, 4 de setembro de 2016, aproximadamente cem mil pessoas tomaram a Avenida Paulista, em São Paulo, maior cidade do país, em ato contra o governo golpista de Michel Temer. Em comum, as duas marchas têm muito, além do grande número de manifestantes. Em 1968, a repressão e a violência do Estado aumentaram ainda mais, mergulhando o Brasil no AI-5 e nos anos de chumbo. Em 2016, 48 anos depois, a repressão policial tenta impedir as manifestações em defesa da democracia. 

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Não se trata de uma repetição da história, de maneira simplista. O momento político é diferente; a sociedade brasileira e as formas de organização e mobilização também. Mas há que se tirar lições do exercício de memória. Como já frisado na semana passada pela Contee, a julgar pelo discurso do presidente ilegítimo, a violência policial deve aumentar. Nossa resposta é nossa resistência. Cem mil nas ruas de São Paulo logo se transformarão em milhões por todo o país.

O movimento sindical está unido contra o golpe. “O ‘Fora Temer’ passou a ser uma questão de sobrevivência. A classe trabalhadora, que luta por direitos sociais, precisa cumprir o seu papel nessa fase importante da luta política nacional”, declarou ontem o presidente da CTB, Adílson Araújo. “Vai ser muito importante levantar essa bandeira para fazer prevalecer as conquistas da classe trabalhadora. Nenhum direito a menos! Vamos juntos nessa luta, nessa caminhada!”

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O presidente da CUT, Vagner Freitas, destacou os três temas da manifestação e reafirmou o pleito por novas eleições. “É o Fora Temer e esse desgoverno ilegítimo; nenhum direito a menos, porque o que se apresenta é a retirada de direitos dos trabalhadores e sociais e da democracia; e o povo quer lutar. Consideramos esse governo ilegítimo e seria importante, para voltar à normalidade democrática, que a população pudesse ser atendida em uma votação direta para legitimar o governo.”

Em sua página no Facebook, o coordenador-geral eleito da Contee, Gilson Reis, que toma posse do cargo da Confederação no dia 3 de outubro, escreveu a síntese da nossa luta: “100 MIL NA PAULISTA. É SÓ O COMEÇO. Golpistas não passarão.”

Da redação, com informações da Rede Brasil Atual
Foto Home: FSP

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