Centrais realizam “Plenária das Mulheres”, com ministra da Mulher, Cida Gonçalves
Na tarde da segunda-feira (24), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, a Força Sindical, a União Geral de Trabalhadores (UGT), a Nova Central Sindical Trabalhadores Estado SP (NCST), a Pública Central do Servidor e a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), realizaram a “Plenária das Mulheres”, com a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, em São Paulo. O encontro, solicitado pela ministra, teve como objetivo debater a lei da igualdade salarial e os desafios na luta por direitos e proteção às mulheres.
“A plenária serviu para a ministra apresentar as propostas que o ministério dela já aprovou, ou está em andamento, inclusive no Conselho Nacional de Direitos da Mulher. E vamos apoiá-la, porque sabemos que estamos em um momento em que todas as mulheres que estão em ministérios do presidente Lula, sofrem oposição e querem tomar o lugar delas. Portanto estamos nessa luta, já que pela primeira vez temos ministérios com a presença de mulheres em pontos importantes como ciência, tecnologia, saúde e queremos que essas mulheres continuem mostrando a capacidade e força que elas têm” disse Celina Areâs, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.
“As mulheres trabalhadoras constroem o Brasil com o suor de seu trabalho e precisam ser vistas, valorizadas e ter seus direitos garantidos desde a juventude e durante todo o exercício do seu trabalho”, completou Laura Jardim, integrante da CTB Jovem-SP.
Os desafios da implementação da Lei da Igualdade Salarial
Sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aprovada em 1° de junho a Lei 14.611, de 2023, a lei que dispõe da obrigatoriedade de igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens, foi o principal assunto discutido na plenária, e segundo a ministra, Cida Gonçalves, fazer a lei ser implementada de fato, será um desafio de todos. “Não dá para acreditar que no século 21, 2023, que há alguém na humanidade que é contra a igualdade salarial entre homens e mulheres, mas nesse país tivemos. E agora, temos o desafio de implementar essa lei e fazer ela acontecer. Nós temos que colocar isso na pauta cotidiana e fiscalizar, se tivermos uma notícia onde uma mulher ganha menos que um homem exercendo a mesma função, temos que denunciar não toleraremos que a lei não seja cumprida. Nós temos que discutir a lei nos comitês populares, nos sindicatos, nos movimentos sociais, como é que de fato ela está implementada e como vamos fazer ela acontecer. Não pode ser responsabilidade somente do ministério da mulher e do ministério do trabalho, tem que ser responsabilidade de toda nação”, frisou a ministra.
Enfrentando o Feminicídio e a Misoginia: “A política da intolerância e do ódio virou uma questão sistemática de nosso país.”
A ministra também trouxe para o debate, dados onde mostra o aumento nos casos de feminicídio e misoginia, e como solucionar um dos maiores problemas da sociedade brasileira: o discurso de ódio. “No último governo o feminicídio aumentou, e o número de medidas protetivas não deferidas pelo judiciário também. Vamos ter que enfrentar a raiz do problema, que é o ódio que está colocado contra as mulheres do país, ódio esse que tem matado e violentado as mulheres, tenta calar a nossa voz e fez a misoginia aumentar. Principalmente através de redes sociais, aonde eles vão atrás de mulheres, jornalistas e políticas, fazendo com que elas sofram pedidos de cassação ou ameaças”, pontuou Cida.
Nesta segunda-feira (24), o ex-policial militar (PM) Élcio de Queiroz fechou delação premiada com a Polícia Federal (PF) e com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) confirmando a participação dele, de Ronnie Lessa e do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Cida também discorreu sobre o assunto.“A política da intolerância e do ódio virou uma questão sistemática de nosso país.O racismo por exemplo, ficou tão evidente, matou e mata tantos negros e negras, inclusive nos deparamos hoje do primeiro grande descobrimento da PF e pelo ministro Flávio dino, de quem deu o tiro na Marielle, e sabemos que a morte da Marielle foi resultado do ódio, porque ela era mulher, negra e lutava pelos direitos humanos”, lamentou a ministra.
Dia 01 de agosto – Uma Marcha Contra a Misoginia e o Ódio
A ministra da Mulher encerrou a plenária, fazendo um convite a todos. “Dia 01 de agosto convoco vocês a gravarem vídeos de 30 segundos e postarem em todas as redes sociais, dizendo que somos contra a misoginia, contra o ódio contra as mulheres, e vamos fazer uma marcha no país todo para dizer que nós mulheres temos e merecemos respeito!”, encerrou.