Centrais sindicais enfrentam chuva na Paulista e exigem queda imediata da Selic

Protesto em SP denuncia juros elevados, critica política monetária e cobra medidas para estimular crescimento e empregos

ebaixo d’água, trabalhadores e dirigentes de diversas centrais sindicais se reuniram nesta terça-feira (9), na Avenida Paulista, em São Paulo, em frente à sede do Banco Central, para exigir a redução imediata da taxa básica de juros, a Selic. O ato “Natal sem juros”, organizado pela CTB e apoiado por outras entidades, reforçou o coro contra a política monetária do Banco Central, considerada um entrave ao crescimento econômico e à geração de empregos.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, destacou em seu discurso que os juros elevados têm penalizado a economia real e travado o desenvolvimento nacional. “Não podemos aceitar que o Brasil continue refém de uma política que trava investimentos e aumenta o desemprego. É preciso coragem para mudar esse rumo e colocar o país na trilha do crescimento”, afirmou.

Juros e dívida pública

O Brasil convive hoje com uma dívida pública que ultrapassa os R$ 8 trilhões, e apenas com o pagamento de juros o país gasta cerca de R$ 1 trilhão em 12 meses. Esse peso é diretamente influenciado pela Selic, mantida em patamares elevados, com a finalidade de desaquecer a economia para derrubar a inflação. Para os dirigentes sindicais, reduzir os juros é fundamental para aliviar o orçamento público e liberar recursos para investimentos sociais e produtivos.

Em 2025, mais da metade do orçamento da União (cerca de R$ 3 trilhões de um total de R$ 5,7 trilhões) é destinada ao pagamento de juros e amortizações da dívida pública, superando amplamente gastos em áreas como saúde (4%) e educação (2,5%).

Comparativo internacional

O Brasil ocupa uma das primeiras posições no ranking mundial de maiores juros reais. Com a Selic em torno de 15% ao ano e inflação projetada em cerca de 5%, os juros reais brasileiros giram em torno de 10%, muito acima da média global. Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa básica está próxima de 5,5%, mas com inflação semelhante, os juros reais ficam próximos de zero. Na Zona do Euro, os juros reais também se mantêm baixos, em torno de 1% ou menos. Até mesmo outros países emergentes, como o México e a África do Sul, operam com juros reais entre 3% e 4%, bem abaixo do Brasil.

Esse contraste reforça a crítica das centrais sindicais: enquanto outras economias buscam estimular crédito e investimentos, o Brasil mantém uma política monetária considerada excessivamente restritiva, que sufoca a produção e o consumo.

Destravar a economia

Para as centrais, reduzir a Selic é urgente para dinamizar a economia, gerar empregos e aliviar o peso da dívida pública. O Banco Central, por sua vez, sustenta que os juros altos são necessários para controlar a inflação e garantir estabilidade financeira.

Entre chuva e palavras de ordem, os manifestantes deixaram claro que não pretendem recuar. A luta contra os juros altos promete marcar o debate econômico brasileiro nos próximos meses.

Fonte
Vermelho

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