Clã Bolsonaro comprou metade do patrimônio com dinheiro vivo
Quase metade do patrimônio em imóveis do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus familiares mais próximos foi construída nos últimos 30 anos com uso de dinheiro em espécie, o que sugere lavagem de dinheiro de origem ilícita
O presidente Fake News não se cansa de afirmar que em seu governo não tem corrupção, embora os fatos mostrem com teimosia uma outra realidade. A corrupção, por sinal, começa na família, ou melhor no Clã Bolsonaro.
Reportagem do portal UOL divulgada nesta terça-feira (30) revela que desde 1990, quando o capitão reformado entrou na política, até hoje, ele, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis. Do total, pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios integrantes do Clã.
As compras registradas nos cartórios com o modo de pagamento “em moeda corrente nacional”, que significa “repasses em espécie”, totalizaram R$ 13,5 milhões. Porém, atualmente esse dinheiro vale bem mais. Em valores corrigidos pelo IPCA, o volume equivale a R$ 25,6 milhões.
Além disso, não é possível saber como foi feito o pagamento de 26 imóveis, que somaram pagamentos de R$ 986 mil, ou R$ 1,99 milhão em valores corrigidos. De acordo com o portal UOL, esta informação não está disponível nos documentos de compra e venda.
A compra de 30 imóveis foi feita com transações por meio de cheque ou transferência bancária, totalizando R$ 13,4 milhões, ou R$ 17,9 milhões corrigidos pelo IPCA. A reportagem aponta ainda que ao menos 25 imóveis do Clã Bolsonaro foram objetos de investigação do Ministério Público do Rio e do Distrito Federal.
Neste grupo, as aquisições e vendas foram feitas pelo núcleo de Bolsonaro: seus filhos e suas ex-mulheres não necessariamente com dinheiro em espécie, mas que se tornaram objeto de investigação no caso das rachadinhas —apropriação ilegal de salários de funcionários de gabinetes —, por exemplo.
Questionado pelo portal UOL sobre os motivos pelos quais a família prefere fazer transações em dinheiro, o chefe da extrema direita brasileira ficou calado, mas seu silêncio é muito eloquente.